sábado, 25 de janeiro de 2014

As presenças e ausências na discussão das propostas do Sporting

No dia 21, um conjunto de clubes reuniu-se para debater as propostas que o Sporting apresentou para melhoria de diversos aspetos relacionados com o fenómeno futebolístico em Portugal.

Estiveram presentes: Sporting, Benfica, Guimarães, Gil Vicente, Marítimo, Setúbal, Arouca, Belenenses, Paços Ferreira, Tondela, Farense, Leixões, Beira-Mar, Feirense, Santa Clara e Oliveirense. 16 clubes.

Não estiveram presentes mas explicaram a ausência: Nacional (falta de ligação aérea devido ao mau tempo), Ac. Viseu (roubo nas instalações) e Atlético (não ouviu a mensagem no telemóvel a tempo). 3 clubes.

Não estiveram presentes nem se deram ao trabalho de explicar porquê: Porto, Braga, Estoril, Rio Ave, Académica, Olhanense, Moreirense, Portimonense, Penafiel, Covilhã, Aves, Chaves, U. Madeira e Trofense. 14 clubes.

Compreendo que o Porto não tenha ido, devido ao corte de relações com o Sporting. Já me custa mais a compreender que outros clubes façam o mesmo, principalmente emblemas com história no futebol português como o Braga ou Académica. 

Não me preocupa isto por ser uma afronta ao Sporting -- não é o Sporting que está aqui em causa. O que me preocupa é haver uma lista bastante significativa de clubes que nem sequer se incomoda em debater possíveis alterações para benefício do futebol em Portugal.

Estranho também que os 5 primeiros classificados da II Liga (se excluirmos as equipas B) não tenham comparecido. Será que não querem desagradar alguém que lhes possa dificultar a vida na luta pela subida de divisão?

A amarelo as equipas da II Liga que não compareceram nem explicaram a sua ausência

Há aspetos na proposta do Sporting que poderão ser polémicos. O sorteio puro dos árbitros dificilmente encontrará consenso. Outros, como o aumento dos poderes dos stewards, têm implicações legais que podem ser difíceis de ultrapassar a curto prazo. Mas há muitas outras sobre as quais provavelmente todos os clubes estarão todos de acordo.

A recusa em debater melhorias para o futebol português demonstra que há clubes que colocam o orgulho e a subserviência acima do interesse comum. Uns por terem medo de irritar o dono, e outros por viverem confortavelmente na podridão reinante.

Existe um poder reinante em Portugal que não está interessado no aparecimento de movimentos que ameacem abanar o funcionamento de um sistema que tão bons resultados proporciona a uma minoria seleta. Nesse sentido, não surpreendem as declarações totalmente desapropriadas do presidente do CA, Vítor Pereira. Mudar para quê, se lhes anda tudo a correr tão bem?