sexta-feira, 30 de maio de 2014

Balanço de 2013/14: Leonardo Jardim

                                                                                                                                             

Leonardo Jardim fez um trabalho fantástico. Num ano de desinvestimento e forte contenção orçamental, dispondo de muito menos recursos que os seus mais diretos opositores, conseguiu montar uma equipa extremamente competitiva num curto espaço de tempo. Pode ter sido parcialmente pelo efeito surpresa, mas o que é facto é que o Sporting entrou fortíssimo na liga, goleando com frequência e mandando nos jogos do princípio ao fim.

Apesar de a grande figura do início da época ter sido Montero, jogador acabado de chegar ao clube, foi evidente desde cedo que vários dos jogadores que já faziam parte dos quadros do Sporting estavam a jogar a um nível bem mais elevado. Aliás, ao longo do ano, jogadores que antes estavam pouco valorizados, como Cédric, Rojo e Adrien, acabaram por ser fundamentais para a campanha de sucesso da equipa.

A aposta em William Carvalho foi surpreendente. Não só o jogador era praticamente um desconhecido, como disputava o lugar que parecia ser de Rinaudo. No entanto, o tempo demonstrou que Leonardo Jardim acertou em cheio ao entregar o lugar 6 ao jovem da academia.

Outra das facetas que mais apreciei em Leonardo Jardim foi o seu discurso. As flash interviews passaram a ser um momento a não perder, pois valia sempre a pena ouvir as explicações do mister sobre o jogo e os motivos das suas decisões, sempre de uma forma muito racional e serena.

A saída de Jardim acaba por ser o único grande ponto negativo do seu ano ao comando da equipa do Sporting. Compreende-se a decisão de Leonardo Jardim em abandonar o clube para um cargo de maior visibilidade e muito mais bem pago, mas não deixa de ser mais um contrato que o treinador não conseguiu levar até ao fim -- e que também o define enquanto profissional.

Houve, como é óbvio, outros aspetos menos positivos. O nível exibicional da equipa foi caindo progressivamente, mas o que é facto é que os pontos continuaram a ser conquistados. Podemos apontar outros erros, como a forma como montou a equipa com o Benfica na Luz, ou a falta de proteção a Carrillo ao substitui-lo na primeira parte do jogo com o Estoril, mas esses episódios acabam por ser notas de rodapé na globalidade de um trabalho que foi excecional.