sábado, 12 de julho de 2014

A fuga de Oblak

Não vou ser hipócrita e dizer que estou aborrecido com esta novela que se repete entre Oblak e o Benfica. Como se costuma dizer, pimenta no cu dos outros para mim é refresco, e toda está história acabará irremediavelmente mal para o Benfica. O clube ou receberá uma quantia considerável que, no entanto, não é suficiente para eliminar o amargo de boca pela saída prematura de um guarda-redes muito promissor, ou conseguirá, à semelhança do ano passado, fazer o esloveno regressar a Lisboa e colocá-lo a jogar, mas aí com todo um capital de desconfiança entre jogador e adeptos que seria impensável existir há uma semana atrás.


De uma forma ou outra, é uma situação Win-Win para os adeptos dos outros clubes.


No entanto, pensando um pouco para além destas pirraças típicas entre adeptos de clubes rivais, vejo com preocupação mais um caso de um jogador aliciado por terceiros que, unilateralmente, deixa o seu clube de calças na mão. Hoje é Oblak, ontem foi Bruma, amanhã sabe-se lá quem poderá ser. É certo que se tratam de jovens que estão expostos a enormes pressões de pessoas que supostamente são da sua confiança, mas não é admissível que este tipo de casos continue a acontecer num universo como é o futebol profissional. 


Estas transações deviam começar sempre pelo contacto entre clubes e, em caso de acordo, envolver o jogador nas negociações. Infelizmente, são cada vez menos as situações em que isso se passa, e o pior é que não há qualquer tipo de penalização para quem provoca estas situações. Na tentativa de minimizar danos, os clubes lesados costumam optar compreensivelmente pelo mal menor - vender o jogador, encaixando a verba possível, sem ter tirado o proveito desportivo e financeiro que esperavam de um jogador em quem investiram muito tempo e dinheiro.