sábado, 19 de julho de 2014

Ideias muito interessantes


Apesar de Marco Silva ter optado por um onze que se assemelhou muito à equipa-tipo de Leonardo Jardim (apenas Patrício, Rojo e William não jogaram, por motivos óbvios), perceberam-se algumas diferenças no posicionamento dos jogadores em campo.

  • Quando o Sporting recupera a bola, ambos os laterais sobem de imediato. Um dos médios desce para a linha dos centrais para iniciar a construção (normalmente Rosell, mas também Adrien e, mais esporadicamente, André Martins o fizeram), ficando arrumados numa espécie de 3-5-2.
  • A atacar (podia escrever "Em organização ofensiva", mas soaria demasiado pomposo para os meus limitados conhecimentos táticos), apenas os laterais estão encostados à linha, enquanto que Carrillo e Wilson Eduardo ocuparam uma posição mais interior. 
  • Enquanto que na época passada o ataque do Sporting viva essencialmente das combinações nos flancos entre Adrien / Jefferson / Extremo Esquerdo ou André Martins / Cédric / Extremo Direito, desta vez vimos Adrien e André Martins a jogar numa posição central, e os desequilíbrios pelos flancos ficavam a cargo das combinações entre lateral (Cédric e Jefferson) e extremo (Carrillo ou Wilson).
  • André Martins pareceu jogar durante muito tempo ao lado de Montero, vindo menos vezes atrás em atividades defensivas do que com Leonardo Jardim. Pelo contrário, quer Carrillo quer Wilson tiveram uma participação defensiva bastante assinalável.

O que me parece é que a ideia de Marco Silva passa por ter uma equipa mais imprevisível a construir, e com mais elementos a participarem em simultâneo no processo ofensivo (raios!, não consegui evitar). Com Adrien ou Rosell a transportarem a bola para o meio campo adversário, ficam com várias opções de passe: Montero e André Martins pelo meio (qualquer um recua uns passos para poder receber a bola), e Wilson e Carrillo mais próximos, com os laterais prontos a arrancarem. Wilson e Carrillo também servem de apoio mais próximo no caso de a bola chegar a Montero ou Martins. Ou seja, os adversários terão mais dificuldade em perceber por onde vai a bola seguir, obrigando-os a esticarem-se a toda a largura do terreno.

Fica a incógnita sobre se a equipa não ficará mais vulnerável a contra-ataques adversários. De qualquer forma, à partida agrada-me esta ideia mais ambiciosa de jogo de Marco Silva. Vamos ver se esta ideia é para manter (partindo do princípio que percebi corretamente as intenções do nosso treinador).

Escrevo isto enquanto a Sporting TV transmite a 2ª parte do Sporting - Belenenses, pelo que não vou fazer considerações sobre o que se passou durante os segundos 45 minutos. Em relação à primeira parte, acho que foi muito positiva. Exibição em crescendo. Inicialmente a equipa pareceu um pouco atabalhoada e com dificuldades de chegar à área adversária, mas com o decorrer da partida os jogadores pareceram entender-se melhor e conseguiram vários lances de perigo.

Grandes golos de Wilson Eduardo e André Martins (há quanto tempo não marcávamos de livre direto?). Este Wilson tem lugar no plantel, e a posição mais interior favorece-o. O único reforço que jogou na primeira parte foi Rosell, e pareceu-me um jogo muito positivo. Garra a defender, muito bom toque de bola e qualidade de passe.