segunda-feira, 11 de agosto de 2014

"Especial Benfica", na SIC Notícias

                                                                                                                                   
A SIC Notícias realizou ontem um programa especial sobre o Benfica, que por uma infeliz coincidência de agendamento acabou por se realizar num dia em que faria mais sentido que se realizasse um programa para a análise do jogo da Supertaça em que também participou o Rio Ave. Presentes no estúdio estiveram quatro ilustres benfiquistas: Paulo Garcia na moderação, que aproveitou o facto de Rui Gomes da Silva estar a assistir ao jogo em Aveiro para dar algum descanso à língua, David Borges, e as velhas glórias Toni e António Simões.


A emissão começou quando ainda se marcavam os penáltis, com Paulo Garcia a comentar em direto o que se passava no estádio para os 0 espectadores que assistiam naquele momento ao programa da SIC Notícias. Peço a vossa atenção para o vídeo de 2 minutos que se segue.


1º pormenor: a SIC Notícias que contrate para os quadros o estagiário (suponho que deva ser um dos precogs do filme Relatório Minoritário) que colocou o texto a correr em rodapé anunciando a vitória do Benfica ainda antes de Artur ter defendido o último penálti. Um skill destes deve dar um jeitaço para antecipar discursos do Primeiro-Ministro e desfalecimentos do Presidente da República em cerimónias oficiais.

2º pormenor: o ar de alívio de David Borges no primeiro plano que fazem dele após o desfecho do jogo é elucidativo - foi um jogo bem mais complicado do que os quatro participantes estavam à espera

3º pormenor: afinal a sangria do plantel do Benfica não é motivo para preocupação: segundo Simões há uma ideia, há um conceito e há um modelo que não se alterou. OK...

4º pormenor: "piqueno"??!!

5º pormenor: o discurso de António Simões sobre o facto de os penáltis não serem uma lotaria. Aqui está o que ele disse, e entre parêntesis retos fica aquilo que pensei à medida que ouvia o discurso de Simões:
"Fez-se justiça, mas não resisto a dizer uma coisa, que é o seguinte: mais uma vez se provou que não existe lotaria nas grandes penalidades. Eu digo a toda a gente que não façam isso. Por que de facto isso é minimizar [o papel dos guarda-redes, sem dúvida] a importância de uma situação extremamente específica [sim, os especialistas na marcação de penáltis são essenciais, aquelas bolas para o canto superior ninguém as agarra] no qual há o rigor de escolher [sim, a angústia de escolher o lado para onde se vai bater a bola] quem é que é capaz de pôr aquela bola na baliza [WTF, isto tudo para dizer que é mérito do Jesus?]."

6º pormenor: Paulo Garcia a tentar consolidar a ideia que se anda a vender em alguma comunicação social, em como a vitória na Supertaça representa um poker de títulos do Benfica. Não bastava a ideia peregrina de falarem no 1º triplete de sempre do futebol português quando ganharam a Taça de Portugal (o Porto já o conseguira anteriormente), e agora vamos ao ponto de deslocar uma competição oficial de 2014/15 para a época anterior. Haja pachorra para isto... 

Pormenores à parte, é justo que se diga que o Benfica ganhou bem. Se aquela bola do Jardel entrasse na baliza em vez de bater na barra seria qualquer coisa de épico, mas a verdade é que só existiu uma equipa em campo (um Benfica muito sólido, não há dúvida que continuam com um onze muito forte -- quer dizer, um dez muito forte). O Rio Ave não jogou uma beata (nunca vi ninguém a jogar TÃO mal no contra-ataque - nem mesmo o Sporting do ano passado, que era uma nulidade nesse departamento), e se bem que muita coisa se pode explicar pelo desgaste do jogo para a Liga Europa na quinta-feira, a verdade é que não mereceram sequer ir a prolongamento, quanto mais vencer o troféu.

Entretanto Vasco Duarte pode ir ensaiando os acordes para cantar no próximo Futebol de Perdição o hit "Artur é o novo herói".

Já agora, fico a aguardar o coro de indignação dos benfiquistas (e em particular de Domingos Amaral) sobre os passos para a frente de Artur antes de os jogadores do Rio Ave baterem os penáltis. Ai se fosse o Beto...