terça-feira, 16 de setembro de 2014

Foi há 26 anos... e parece tão atual

                                                                                                                                          
Dei de caras há uns dias com um vídeo de 1988 publicado no Youtube em que José Eduardo Moniz (atual vice-presidente do Benfica) entrevista Pinto da Costa, sobre um tema muito quente da altura - a transferência de Rui Águas e Dito do Benfica para o Porto. 

Para além da curiosidade histórica do confronto entre os interlocutores em questão, esse vídeo surpreendeu-me por revelar um pormenor que eu desconhecia sobre o método encontrado para Pinto da Costa concretizar a operação. Apesar de me lembrar bem do impacto que a notícia da ida de Rui Águas e Dito para o Porto teve no país desportivo, era demasiado novo para perceber os contornos financeiros que estiveram por detrás dessa transferência. 

Retirei da entrevista completa (que pode ser vista aqui) dois segmentos que referem o tal pormenor. Vejam se conseguem encontrar algum paralelismo com determinados acontecimentos que fazem têm sido muito debatidos ao longo dos últimos meses:


Na prática, assistimos aqui à participação de uma espécie de antepassado dos fundos que hoje são uma ferramenta recorrente na contratação de jogadores que estão acima das possibilidades dos clubes. Falamos de algo que se passou há mais de um quarto de século.

Se é verdade que o sucesso do Porto dentro de portas se apoiou em grande medida num conjunto de práticas que não vale agora a pena estar a repetir, não posso deixar de reconhecer que Pinto da Costa, para além de ser um líder carismático que colocou o interesse do clube no topo das suas prioridades, é um homem extremamente inteligente que sempre andou um passo à frente dos rivais enquanto esteve no auge das suas capacidades. Viu o golpe profundo que poderia causar ao Benfica com esta transferência e encontrou uma forma criativa para a concretizar.

P.S.: quem assistir ao vídeo completo perceberá rapidamente de onde veio o célebre "penso eu de que" de Bimbo da Costa no Contra-informação. :)