terça-feira, 11 de novembro de 2014

M*rdas que só mesmo connosco, nº 0

Na sequência da pouca vergonha que foram as arbitragens deste fim-de-semana, não tardaram a aparecer as reações do costume que procuram desvalorizar o sucedido. Os argumentos utilizados são já bem conhecidos:
  • O árbitro faz parte do jogo e o erro é algo natural que pouca influência tem no desfecho das partidas
  • No final dos campeonatos a contabilização de erros acaba sempre por se equilibrar entre benefícios e prejuízos
  • Os grandes (Sporting, Benfica e Porto) são sempre os mais beneficiados, nomeadamente em relação aos clubes mais pequenos, pelo que é uma hipocrisia queixarem-se quando são beneficiados
  • As reclamações que os adeptos, jogadores, treinadores e dirigentes dos clubes fazem é apenas uma forma de encapotar a falta de competência que os queixosos apresentam dentro das quatro linhas

O engraçado é que quem costuma usar esta argumentação são os mesmos que dizem que é idiota fazer-se a contabilização dos erros. Esses puristas do futebol (que se recusam a acreditar que existem interesses fora das quatro linhas que de alguma forma tentam influenciar o desfecho de jogos e competições) acabam por não se aperceberem do paradoxo em que se metem: dizem que as contas no final ficam equilibradas, mas por outro lado recusam-se a fazer uma contabilização séria dos erros cometidos. 

Ao mesmo tempo, essas mesmas pessoas preferem assobiar para o lado enquanto assistem às persistentes lutas de poder que sempre existiram (e continuam a existir) para ocupar os cargos mais influentes na Federação e na Liga (com o Conselho de Arbitragem à cabeça de todos, mesmo à frente do cargo de presidente da FPF). Certamente acreditam que essa luta de poder é disputada apenas por figuras impolutas cujas únicas motivações são puramente benignas, em que o bem do futebol português é colocado acima de qualquer interesse clubista ou associativo.

Também é interessante assistir ao crescimento galopante do número de benfiquistas que alinham com este discurso. É o que se chama falar de barriga cheia - e não me estou a referir a títulos.

Sou obviamente suspeito, mas tenho dúvidas que exista alguma equipa em Portugal (grande ou pequena) que tenha um historial de prejuízos de erros de arbitragem tão profundo e diversificado como o Sporting.

Para o provar, vou fazer esta série de posts, intitulada M*rdas que só mesmo connosco, que vão demonstrar a inacreditável quantidade de decisões insólitas que têm acontecido em jogos do Sporting nos últimos anos. Algumas muito graves, com influência no resultado ou mesmo em competições, outras que só dão para dar uma gargalhada perante um jogo que já tem um resultado decidido - mas todas elas com uma coisa em comum: o evidente desrespeito que o setor da arbitragem tem para com o Sporting

Não vou sequer entrar nos típicos de lance de penáltis por assinalar ou foras-de-jogo mal tirados (a não ser em casos muito especiais) - isso seria fácil demais, e não tenciono que esta série de posts chegue à casa das centenas de capítulos. Quero que seja curta, mas original.

Por isso, caros leitores de outros clubes, amigos puristas para quem não existem arbitragens mal intencionadas, prezados jornalistas que eventualmente venham a ouvir falar desta iniciativa, aqui fica o desafio: no final indiquem-me que equipa, grande ou pequena, sofreu na pele tantos e tão diversificados tipo de decisões absurdas como os que aconteceram ao Sporting e que vou apresentar daqui em diante. Uma. Só uma. Não peço mais.

Aos sportinguistas fica outro desafio: se se lembrarem de situações insólitas ocorridas com o Sporting, indiquem-nas na caixa de comentários - se possível com a informação do jogo em que sucedeu, para facilitar a pesquisa. Se vier acompanhado de um link para um vídeo, perfeito!

Já tenho um bom punhado de situações identificadas com a ajuda inestimável do @baavin (que apanhou o caso que me levou a pensar nesta série de posts), @captomente, @zecarlos_sa, @vmatos76, @dioogo91, @sportingloewe, @TiagoMartinsPT e @skhimji1 (se por acaso me esqueci de alguém peço desculpa).

O primeiro número da série vai ser um dos casos mais ligeirinhos - seria incorreto da minha parte começar com um de nível de dificuldade elevada. Será publicado no final desta manhã.