terça-feira, 11 de novembro de 2014

M*rdas que só mesmo connosco, nº 1: A bota de Montero


Este vídeo refere-se a um jogo do campeonato irlandês realizado este fim-de-semana, em que o Linfield, de azul, conseguiu uma vitória de 4-0 o Dungannon. O insólito está no facto de o jogador que fez a assistência para golo o ter feito... descalço, já que perdeu ambas as botas uns momentos antes. O golo, diga-se, não foi anulado.

E o que é que isto tem a ver com as coisas que só acontecem ao Sporting, perguntam vocês? Pois bem, à 7ª jornada o Sporting visitou o Penafiel e aconteceu isto:


Montero, em corrida com a bola, é perseguido por um adversário junto à linha, é agarrado e pisado por trás. Como resultado da pisadela, o colombiano perde a bota e tenta jogar a bola de imediato para um colega, perante a pressão de outro adversário que se aproxima de outra direção. O árbitro interrompe a partida, mostra amarelo a Montero e marca livre indireto contra o Sporting.

Toda uma sequência de decisões extremamente curiosa.

Em primeiro lugar, assume-se que o árbitro assinalou a falta por jogo perigoso passivo de Montero - o que parece ser aceitável. No entanto, as próprias leis do jogo são um pouco dúbias, pois há a seguinte referência:


Montero jogou a bola imediatamente - não tentou agarrar-se a ela e fintar meio mundo com a meia à mostra. Pronto, tudo bem, até se pode admitir que os lances de falta têm precedência, mas já que falamos em precedências, por que razão o árbitro não assinalou falta sobre Montero em primeiro lugar? Ou por algum milagre aquela bota ganhou vida e saltou do pé por iniciativa própria?

Olhando pela perspetiva do árbitro, poderíamos dizer que preferiu dar a lei da vantagem. Mas por que motivo deu a lei da vantagem se o jogador depois não pode jogar a bola?

Para não falar no cartão amarelo: vemos constantemente pés levantados ao nível da cara que ficam a poucos centímetros de furar um olho, e raramente se vê um árbitro a mostrar um cartão por jogo perigoso. Por que motivo terá visto Montero um cartão neste caso?

Não foi um lance minimamente importante para o jogo. A "infração" foi a meio-campo e o resultado estava mais que definido. Mas desafio-os a encontrarem um caso semelhante a este a envolver outra equipa. Aproveitem agora: a dificuldade dos próximos posts vai ser superior.