quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Expetativas para a segunda metade da época

Liga

Na minha opinião, o atraso de dez pontos que o Sporting tem em relação ao Benfica significa que já não podemos realisticamente ambicionar vencer o título. Assumindo a improvável hipótese de que as arbitragens de tendência avermelhada desapareceriam, até me pareceria possível que o Benfica perdesse dez pontos nas dezassete partidas que restam, mas também acho altamente improvável que o Sporting conseguisse nesse cenário um registo suficientemente vitorioso para conseguir recuperar uma distância tão ampla. E para piorar ainda temos o Porto pelo meio.

O jogo em Alvalade contra o Benfica poderá retirar quaisquer dúvidas em relação às nossas ambições em chegar ao primeiro lugar: se não ganharmos, acabou-se; e se o Benfica ganhar, dificilmente deixará fugir o primeiro lugar, atendendo a que já não têm outras competições com que se preocupar.

Por outro lado, penso que o segundo lugar está ao nosso alcance. Quatro pontos é uma distância curta e o Porto pode quebrar psicologicamente se não conseguir encurtar rapidamente a distância para o Benfica. Falamos de uma equipa que foi construída para ganhar tudo JÁ, pelo que a pressão começará em breve a aumentar significativamente se as perspetivas não melhorarem.

Perante isto, penso que devemos retomar a filosofia de pensar num jogo de cada vez. Do ponto de vista do futebol praticado não ficamos a dever nada a Benfica e Porto, pelo contrário. Nos três confrontos diretos desta época nenhum nos derrotou, empatámos na Luz e eliminámos o Porto no Dragão. O problema esteve no 6 pontos que perdemos de forma infantil contra Académica, Belenenses e Moreirense, e os 3 por falta de comparência em Guimarães. Tivéssemos vencido estes quatro jogos (ou até empatando em Guimarães) e a época estaria a ser estrondosa, conjugando espetáculo e resultados como nenhum outro emblema nacional.

É esse o nosso desafio daqui para a frente: encarar cada jogo como uma final, sabendo que o facto de termos equipa para disputar o jogo com os maiores rivais e para vencer qualquer outro adversário não nos dispensa de colocar todo o empenhamento possível em cada momento do jogo, e tendo sempre consciência de que os pontos em disputa numa partida com o lanterna vermelha são os mesmos do que quando jogamos um dérbi ou clássico.


Taça de Portugal

Aqui, como é evidente, a vitória será o único desfecho aceitável. Será uma tremenda desilusão se tal não acontecer. O facto de defrontarmos o Nacional numa eliminatória a duas mãos - e jogando a partida decisiva em casa - protege-nos em grande medida de um eventual acidente, pelo que em condições normais temos tudo para chegarmos à final. E chegando à final é deixar a pele em campo.

Se fosse obrigado a colocar as fichas todas numa das quatro competições em que o Sporting está envolvido, escolheria a Taça de Portugal. É urgente recuperarmos o hábito de ganhar, e é aqui que estamos mais perto de o conseguir.


Taça da Liga

Perante o grupo que nos calhou em sorte e as restrições de utilização de jogadores anunciadas pela direção, via como pouco provável o nosso apuramento para as meias-finais. No entanto, os resultados dos dois primeiros jogos foram muito positivos e estamos em excelente posição de conseguir lá chegar. Um bom resultado no jogo de logo no Restelo poderá praticamente fechar o assunto.

De qualquer forma, o essencial para mim é que o lote de jogadores escolhido para participar nestes jogos continue a tirar o melhor proveito dessas partidas. Se não chegar para ir às meias-finais, paciência. 

O engraçado nesta edição da Taça da Liga é o paradoxo criado pela decisão do Sporting em utilizar jogadores da equipa B e os menos rodados da equipa principal: a ideia era desvalorizar a competição, mas na realidade estou a assistir aos jogos com bastante mais interesse do que nas épocas anteriores por ter a oportunidade de ver os nossos miúdos a competir com adversários mais a sério.

Em relação a objetivos, se formos às meias-finais espero que se continue a apostar nos mesmos jogadores, mesmo que o adversário seja o Benfica. Seria uma injustiça para os miúdos se colocássemos a equipa principal, e a própria direção perderia credibilidade por estar a dar o dito por não dito. É certo que corremos o risco de sofrer um resultado pesado se o Benfica aparecer com as trutas todas, mas neste caso é importante manter a coerência.


Liga Europa

Aqui é que tem que ser mesmo jogo a jogo, eliminatória a eliminatória. Para já a sorte não quis nada connosco: éramos cabeças de série e calhou-nos a pior equipa possível das outras 31 que estavam no sorteio. Se formos eliminados não será nenhum drama, se passarmos tudo será possível. Mas sempre pensando num jogo de cada vez. Não faz qualquer sentido exigirmos chegar à final quando há tantas equipas com muito mais dinheiro e experiência ainda em competição.