domingo, 1 de março de 2015

Mesmo futebol, mais pontaria

E eis-nos chegados à 6ª etapa de um ciclo infernal de 8 jogos que definirá muito do que será o sucesso desportivo desta época. Depois de Benfica / Belenenses / Wolfsburgo / Gil Vicente / Wolfsburgo, segue-se agora uma visita ao estádio que nas últimas décadas tem sido indiscutivelmente a mais inexpugnável fortaleza do futebol português. Por motivos vários que agora não vale a pena estar a referir, tornou-se um hábito para qualquer equipa portuguesa ir ao Dragão com a noção de que é bastante mais provável sair derrotada do que suceder o contrário. No entanto, confesso-vos: sinto um nível de confiança num bom resultado bastante superior ao que é costume.

Não quero estar com isto a desvalorizar a equipa portista: quem tem executantes de top como Jackson, Brahimi, Danilo, Alex Sandro ou Quaresma, será sempre um adversário temível. Mas o meu otimismo baseia-se em duas características que o Sporting tem revelado esta época e que penso que poderão fazer a diferença no jogo de logo:

  • O Sporting tem tido sempre um comportamento muito personalizado nos jogos de maior pressão. Sempre que estivemos em situação de risco de sermos eliminados das várias provas, como na 4ª e 5ª jornada da Liga dos Campeões, na própria visita ao Dragão para a Taça, no jogo da passada 5ª feira com o Wolfsburgo, ou mesmo na receção ao Benfica, a resposta da equipa foi muito positiva. A única exceção foi a última jornada da Liga dos Campeões com o Chelsea, mas para além do valor do adversário e das baixas de peso que tínhamos, ainda houve o enorme revés de ficarmos logo em desvantagem aos 4 minutos de jogo.
  • Nos 4 jogos que já fizemos esta época com Benfica e Porto, só não fomos claramente superiores na visita à Luz na 3ª jornada. Marco Silva conhece muito bem as forças e fraquezas dos nossos rivais e tem sabido montar a equipa de forma a anular os seus pontos fortes.

Em função disto estou confiante num bom resultado, mas sem ignorar que cada partida tem a sua história e que muitas vezes estes jogos acabam por ser definidos por pormenores que fogem ao controlo de qualquer treinador. É um jogo de tripla que provavelmente será vencido pela equipa que menos erros cometer durante os 90 minutos.

Há o interesse acrescido de ser um jogo de tensão máxima para ambas as equipas: uma derrota do Porto entregará o campeonato de bandeja ao Benfica; uma derrota do Sporting fará com que fiquemos apenas a lutar pelo 3º lugar. Curiosamente, o Porto este ano saiu-se mal nas duas ocasiões em que a vitória era imprescindível: o jogo em casa com o Benfica para o campeonato e a eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting.

Em relação à equipa que subirá ao relvado, colocaria em campo os mesmos jogadores que começaram contra o Wolfsburgo, apenas trocando Tanaka por Montero:


Jefferson ainda está afastado por motivos disciplinares, pelo que Jonathan - que foi titular em ambos os jogos com o Porto - terá nova oportunidade para secar Quaresma (e que bem que o fez nessas duas partidas). Slimani ainda não deve estar em condições de fazer mais que 45 minutos, pelo que apostaria em Montero, não só porque Tanaka esteve demasiado perdulário na última partida, mas também porque o colombiano está mais fresco.

De resto, grande parte da minha confiança assenta no trio William / Adrien / João Mário, que parece ser talhado precisamente para os jogos de dificuldade máxima. William Carvalho está num momento de forma sublime, e em conjunto com a alma e pulmão de Adrien e a inteligência e classe de João Mário, têm todos os argumentos necessários para engolir um meio-campo do Porto pouco habituado a ser pressionado e a jogar sem bola. Com uns pozinhos de inspiração e concentração total na defesa, teremos boas hipóteses de sair do Porto com os três pontos no saco.

Uma última palavra para Artur Soares Dias: que revele toda a sua competência técnica e não se deixe influenciar pelo ambiente e pelas pressões de que tem sido alvo desde que arbitrou o Benfica - Porto do ano passado.