sexta-feira, 6 de março de 2015

Os miúdos salvaram o dia

Ignoremos por um instante as questões menos positivas da exibição do Sporting nesta noite. Se me tivessem oferecido antes do início da partida um empate a 2 golos, teria aceitado de caras. Vindo a equipa de dois resultados negativos e desmoralizadores, jogando hoje o 6º jogo nos últimos 19 dias, considerando o visível desgaste que atormenta alguns jogadores fundamentais, sairmos da Choupana com um resultado que nos dá vantagem na eliminatória seria sempre um bom resultado. Mas o que é facto é que o resultado acaba por ser extraordinário nas circunstâncias em que o jogo decorreu.

Sofrer um golo num erro inacreditável de Patrício - que só por si poderia ser um golpe psicológico complicado de superar -, conseguir empatar, e 3 minutos depois ficar novamente em desvantagem, não pode fazer bem à cabeça de nenhum jogador. Para piorar a situação, ainda ficámos reduzidos a 10 durante os últimos 20 minutos graças a um 2º amarelo mal mostrado, contra um adversário que se sente muito confortável a jogar no contra-ataque. 

Prefiro por isso destacar a atitude da equipa nos últimos 20 minutos, que perante um cenário altamente adverso conseguiu empatar na sequência de uma excelente jogada que envolveu Slimani e Adrien e terminou nos pés de Mané. Podia ter sido muito pior, e só não foi porque houve alma para lutar até ao fim.



Positivo

O resultado - saímos em vantagem para a 2ª mão. Bom, em qualquer circunstância, excelente atendendo ao que se passou dentro de campo. Do ponto de vista do futebol jogado, o resultado acaba por ser justo.

Mais uma vez, William - o melhor sportinguista em campo, o que já começa a ser norma. Só lhe falta aperfeiçoar os remates de meia distância.

Os miúdos a salvarem o dia - importantíssimos os dois golos dos meninos Tobias e Mané. Mané não fez um bom jogo mas o golo é fenomenal, a fazer lembrar o golão que marcou contra o Marítimo na Taça da Liga da época passada. Tobias recuperou bem da má exibição no Dragão e fez um bom jogo. É batido por Lucas João no segundo golo, mas na minha opinião era difícil fazer melhor, pois o cruzamento é batido de forma milimétrica para as suas costas.  


Negativo

O erro de Patrício - minutos depois de ter defendido um remate de um homem do Nacional que estava isolado na sua cara, borrou a pintura com uma asneira infantil. Mas também podia ter feito mais no segundo golo - tem que perder o medo em sair a cruzamentos para a pequena área. Na segunda-feira estará de volta ao seu melhor.

A forma de Carrillo - na minha opinião tem responsabilidades no segundo golo ao não acompanhar Marçal pelo flanco, mas isso até se compreende porque as energias já não deviam ser muitas. É mais difícil de aceitar as ocasiões de golo que desperdiçou ao longo de todo o jogo. Teve azar naquela bola tirada de cabeça em cima da linha, ainda na primeira parte. Precisa de descansar contra o Penafiel.

A expulsão de Miguel Lopes - Xistra fez uma má arbitragem, com erros que prejudicaram ambas as equipas. Cometeu o mais absurdo ao desautorizar incorretamente o fiscal-de-linha num lance de fora-de-jogo no ataque do Sporting, mas o mais grave foi a expulsão de Miguel Lopes. Isto não invalida que o defesa do Sporting tenha a obrigação de saber que ao atirar-se daquela forma para a bola está a pôr-se mesmo a jeito para ver o segundo amarelo - basta não acertar na bola e o adversário atirar-se para o chão. Nada surpreendentemente, Tiago Rodrigues aproveitou o convite e deixou-nos com menos um na pior altura possível.  



Panorama desanuviado - que não é sinónimo de apuramento garantido - para a 2ª mão, que se disputa daqui a um mês. Entretanto regressaremos ao ritmo de um jogo por semana, que deverá ser suficiente para recuperar os índices físicos da equipa. E assim poderemos receber o Nacional em condições bem mais favoráveis do que aquelas que tivemos hoje.