domingo, 10 de maio de 2015

Insuficiente e preocupante

Acredito que não seja fácil motivar uma equipa a dar o seu melhor numa partida em que não há nada de concretamente relevante em disputa, mas a exibição contra o Estoril foi claramente sofrível, demasiado fraca para um conjunto de jogadores que ainda tem um objetivo importantíssimo para conquistar. Vimos hoje uma primeira parte em que os jogadores deram toda a sensação que prefeririam estar a tomar banhos de sol em vez de serem obrigados a correr atrás de uma bola, e uma segunda parte em que após um bom regresso dos balneários foi o próprio treinador a parecer querer fazer questão de regressar à pasmaceira com um par de substituições que quebraram aquilo de bom que se começava a ver.



Positivo

Mais um golo dos centrais - Ewerton faturou pela 2ª vez. Com os 3 golos de Paulo Oliveira, 1 de Sarr e 2 de Tobias, já vão em 8 os golos resolvidos à cabeçada pelos matulões da defesa nas competições oficiais desta época. Um bom vício que começa a nascer e que contrasta com os anos (e anos e anos e anos) em que nos habituámos a uma contribuição ofensiva quase nula dos centrais.

O regresso de Jonathan - não fez uma exibição extraordinária, mas voltou muitos furos acima daquilo que estava a produzir nas últimas oportunidades que teve (e nem estou a contar com o desastre do Dragão). Raçudo nas disputas de bola, demonstrou iniciativa em subir pelo flanco e arrancou uma boa percentagem de cruzamentos bem direcionados. E claro, ainda esteve no lance do golo. Para mim é para manter no onze. Jefferson que trabalhe para recuperar o lugar.

A exibição de João Mário - foi o melhor jogador do Sporting na 1ª parte, sendo na minha opinião o jogador que conseguiu oferecer maior dinamismo à equipa. Também entrou bem na 2ª parte, e não consegui compreender o motivo pelo qual foi substituído.


Negativo

As substituições - não percebi nem o timing nem a escolha de Marco Silva na primeira substitução que efetuou. Quando decidiu colocar Tanaka em campo, o Sporting tinha acabado de marcar, estava claramente por cima do jogo, arriscava chegar ao 2º, e decidiu tirar um dos melhores: João Mário. A segunda percebe-se melhor mas não correu bem: Mané não estava propriamente a fazer um bom jogo - apenas destaque para o trabalho e cruzamento para o cabeceamento de Tanaka - mas a entrada de Capel não ofereceu absolutamente nada à equipa que não fosse um jogador estacionado junto à linha. No basket é hábito os treinadores pedirem descontos de tempo para quebrar o momentum do adversário. As substituições de Marco Silva tiveram precisamente esse efeito. O problema é que o rendimento que quebrou foi o da própria equipa.

Mais uma primeira parte desperdiçada - o futebol do Sporting está a acumular os piores vícios da época. No início dávamos 45 minutos de avanço mas depois conseguíamos jogar à bola na 2ª parte de forma consistente - que no entanto muitas vezes não foi suficiente para evitar demasiados empates. Na 2ª metade da época houve mais empenho na abordagem aos jogos desde o primeiro minuto, mas com um futebol menos vistoso - mas com menos pontos desperdiçados. Agora andamos a oferecer a 1ª parte aos adversários e a jogar um futebol pouco vistoso. E não surpreendentemente, empatámos. Haja pachorra.



Parece-me que a ideia de Marco Silva em fazer alinhar o onze de hoje era começar a aquecer os motores para a final da Taça. Não correu bem, e começo a ficar preocupado com a qualidade exibicional da equipa.