terça-feira, 5 de maio de 2015

O momento de forma do plantel


À medida que se aproxima a final da Taça, parece-me pertinente fazer um ponto de situação em relação ao estado que a equipa e os jogadores atravessam, e em que medida isso poderá ser um problema ou uma oportunidade para o jogo do Jamor.

Desde que o 2º lugar passou a ser pouco mais que uma miragem, Marco Silva tem levado a cabo um processo de rotatividade com dois objetivos bem definidos: inicialmente tendo em vista os compromissos da meia-final com o Nacional, e depois disso a recuperação dos elementos que revelavam maior desgaste com a final da Taça no horizonte.

A meu ver, podemos agrupar da seguinte maneira os vários jogadores do plantel em função do seu atual momento de forma:


Em forma

Rui Patrício, Paulo Oliveira, Ewerton, William e Carrillo - de uma forma geral, estes cinco jogadores têm tido prestações bastante positivas ao longo do último mês. À partida há motivos para acreditar que poderão manter este nível até ao final da época, já que os três primeiros ocupam posições menos exigentes fisicamente (e no caso de Paulo Oliveira e Ewerton ainda se pode esperar que o seu entrosamento melhore à medida que forem jogando mais tempo em conjunto), enquanto que William e Carrillo têm sido utilizados de forma menos intensiva, mas correspondendo de forma muito positiva sempre que foram chamados por Marco Silva.


Em subida de rendimento 

Cédric, Miguel Lopes, André Martins e Montero - depois de passar vários jogos no banco ou fora da convocatória, Cédric parece revigorado e a caminho de retomar a sua melhor forma - parece que o descanso forçado e as boas prestações de Miguel Lopes o espicaçaram positivamente. Miguel Lopes soube aproveitar bem as oportunidades que teve, acabando por perder a titularidade por motivos de doença (primeiro) e lesão (depois). André Martins está vários furos acima da apatia que revelou no princípio de época. Duvido que seja suficiente para manter a titularidade quando Adrien e João Mário estiverem mais descansados, mas está a ser um jogador útil nesta fase final da época. Montero explodiu nos últimos dois jogos. Será que o goleador que surpreendeu tudo e todos no primeiro terço de 2013/14 está de volta? As próximas partidas responderão a essa pergunta, mas se a resposta for afirmativa representará indiscutivelmente um acréscimo de qualidade de que bem precisamos.


Em má forma

Jefferson, Adrien, João Mário e Nani - Adrien era o jogador que revelava maior desgaste, sendo incapaz de aguentar os 90 minutos de uma partida. João Mário, não sendo tão utilizado, vinha revelando uma produtividade bastante inferior ao que já conseguiu fazer esta época. Nani nunca recuperou a fenomenal forma pré-lesão. Nas últimas semanas os três têm sido poupados. Havendo apenas mais três jogos antes da Taça (e em que o último com o Rio Ave deverá contar sobretudo com habituais suplentes para precaver lesões e castigos por expulsão), provavelmente terão que regressar já na próxima semana para readquirir o ritmo competitivo.

Jefferson é provavelmente o caso mais preocupante dos quatro. Está nitidamente num mau momento de forma, mas nem por isso tem sido poupado - o brasileiro e Rui Patrício são os únicos dois totalistas nas últimas seis partidas. E, ao contrário do que se passa na outra lateral, não parece haver concorrência que sirva de incentivo para ultrapassar esta fase menos positiva.


Incógnitas

Tobias, Carlos Mané e Slimani - a perda da titularidade e as duas expulsões fazem com que não se perceba bem o que esperar de Tobias. Depois da forma fulgurante como agarrou a titularidade, cometeu alguns erros que o transformaram numa clara 3ª opção para a posição. Mané tem marcado e sido um jogador decisivo, mas o nível das exibições não tem primado pela regularidade. O facto de não ter uma posição fixa (já foi obrigado a cumprir várias funções em campo) não ajuda. Slimani foi titular apenas 5 vezes desde que regressou da CAN, e é evidente o cuidado com que Marco Silva tem tido na sua utilização. Recuperará a tempo da final?


Não-fatores

Rosell, Capel e Tanaka - os espanhóis parecem ser cartas fora do baralho. O estilo de jogo de Rosell não se adequa ao que o Sporting precisa. Tanaka tem um problema semelhante ao de Rosell: não sendo 9, 10, ou extremo, torna-se complicado aproveitar as suas melhores qualidades - não sendo um fora-de-série, é evidente que as tem - no sistema de jogo habitual do Sporting. Capel chegou ao fim de ciclo no Sporting há bastante tempo. Não lhe falta vontade de contribuir para o sucesso da equipa, mas o que é facto é que foi incapaz de evoluir ao longo dos quatro anos de leão ao peito.