terça-feira, 12 de maio de 2015

Xenofobia, má educação, virgens ofendidas e traços comuns

Depois das declarações de Lopetegui e da resposta de João Gabriel, o Porto contra-ataca através do Dragões Diário:


A nova coqueluche da comunicação portista critica as virgens ofendidas que reagiram de forma negativa às declarações de Lopetegui e remata com acusações de xenofobia em função da utilização do termo "basco".

Longe de mim estar a querer defender João Gabriel, mas esta conversa de xenofobia é um totalmente desadequada considerando as situações efetivamente graves que continuam a afetar tantas pessoas por esse país e mundo fora. Era só o que faltava que um treinador que ganha milhões, tem um dos cargos mais cobiçados neste país, a quem certamente ninguém faltou ao respeito na sua vida privada desde que chegou a Portugal, que tem dito o que lhe apetece de forma totalmente livre no âmbito da sua profissão, se sentisse vítima de xenofobia por alguém o denominar de "basco" e, para além disso, que necessitasse que um escritor de panfletos eletrónicos oficioso o venha defender agitando as bandeiras da violação dos direitos humanos. 

Nem percebo a ideia de se trazer à baila este tipo de argumentação, que devia estar reservada para situações bem mais sérias. Se o objetivo era reforçar a razão das palavras de Lopetegui, parece-me uma forma bem idiota de o fazer.

É engraçado no entanto que o senhor que escreve o Dragões Diário - a quem aparentemente foi dada rédea solta para fazer o trabalho sujo que os dirigentes do clube deixaram de ter coragem ou vontade de efetuar - fale em traços comuns. É que em 2006 já assistimos a uma situação semelhante, mas com os papéis invertidos:


(obrigado, VeDrIx!)

Voltando às expressões empregues pelo Dragões Diário: Xenofobia? É evidente que não. Quanto muito é apenas falta de educação de quem se dirige a estrangeiros dessa forma. Virgens ofendidas? Só a parte do ofendidas se aplica, porque virgens já não existem para aquelas bandas. Traços comuns? Definitivamente. Benfica e Porto estão tão parecidos na forma de agir e de estar que começa a ser realmente difícil distingui-los.