sábado, 6 de junho de 2015

Entretanto, pela calada da noite...

Muito se tem falado da capacidade financeira do Sporting em suportar o salário de Jorge Jesus. Mentiria se dissesse que não é um assunto que me preocupa. Bruno de Carvalho assumiu o aumento do orçamento do futebol, o que olhando para as contas apresentadas no 3º trimestre parece ser sustentável. Mas há um (grande) problema, ainda não sabemos se teremos Champions para o ano.

Uma coisa é certa: assumindo um aumento de €5M no orçamento, se não houver Champions bastam as mais valias de um jogador bem vendido para assegurar um exercício com lucro. Se ao investimento no treinador acrescentarem-se contratações de jogadores com salários elevados, o risco aumenta. É um assunto que teremos que acompanhar atentamente. Para já tenho confiança na equipa que gere as contas do Sporting: merecem-no depois do trabalho excecional de recuperação que fizeram.

Em relação à notícia do dia (do jornal O Jogo, que vale o que vale), fica já aqui declarado que sou completamente contra eleições antecipadas. Bruno de Carvalho foi eleito para quatro anos e é ao fim desses quatro anos que o seu trabalho deve ser avaliado. Eleições antecipadas só mesmo em situações de tragédia iminente, como foi o caso das últimas. Andar a antecipar eleições só porque a popularidade está em alta e até dá jeito, não é um ato democrático. Mas tenho imensas dúvidas que essa notícia seja verdadeira. Nem é nova, devo relembrar: em dezembro, quando explodiu o conflito entre presidente e treinador, também se falou em eleições. Portanto, por aí até estou tranquilo.

De qualquer forma, é dever de todos os sportinguistas estarem atentos às decisões que serão tomadas.

Entretanto, num outro clube lisboeta, onde os patrocínios milionários se acumulam, as receitas televisivas atingem valores recorde e onde as vendas de jogadores realizadas ao longo dos últimos 18 meses atingem a casa das centenas de milhões de euros, uma notícia passou mais ou menos entre os pingos da chuva: 


Uma AG com um ponto único: aprovar um empréstimo obrigacionista. Está visto que vai ser uma afluência tal que provavelmente os sócios nem caberão no pavilhão. É melhor abrirem o estádio nesse dia. 

Isto é tão democrático quanto fazer uma AG para mudar estatutos em vésperas de um título nacional, ou quanto marcar eleições logo após a conquista de uma Taça de Portugal que põe fim a um jejum de 7 anos.

Vamos ver quais destas iniciativas se vão realmente realizar. Daí poderemos ver quem é que são realmente os coreanos.

EDIT: se a AG for da SAD não se aplica a questão da democracia por haver um único ponto em discussão. Mas gostava de saber se alguma vez este tema foi levado a discussão com os sócios. Se alguém souber diga, sff.