sexta-feira, 24 de julho de 2015

Driblando a verdade com todos os dentes que tem

in Record

Um dos argumentos de defesa usado por alguns benfiquistas quando o L' Equipe revelou que o Mónaco pagou afinal apenas 3,5 milhões de euros por Ivan Cavaleiro foi que o Benfica nunca revelou, à semelhança do que já se tinha passado aquando da venda de Cancelo, qual o valor da transferência. Pois bem, na entrevista de ontem do Record fica uma confirmação tácita de Vieira em relação aos 15 milhões recebidos por cada um. Para memória futura.

Mas o que dizer do presidente do Benfica quando responde à última pergunta do quadro que coloquei acima com "É evidente que jogadores como o Bernardo poderiam ter sido aproveitados de outra forma, mas não vale a pena olhar para trás."? É que assumindo que Cavaleiro era mesmo jogador do Benfica, não havia nada que impedisse Rui Vitória de o chamar aos trabalhos de pré-temporada - já que o clube onde estava Cavaleiro não acionou uma eventual cláusula de compra sobre o jogador.

Ou seja, continua a empurrar-se a divulgação da história real para a frente, procurando tapá-la com uma argumentação que apenas embala aqueles que já estão a dormir.

É como a história da contenção no ataque ao mercado que o Benfica está a revelar esta época em comparação com os anos anteriores. A mim parece-me que não é nenhuma mudança de estratégia, apenas uma questão evidente de incapacidade financeira. É que ao contrário de anos anteriores, o Benfica não fez vendas significativas. Dizem que venderam Sulejmani e Benito ao Young Boys por um total de 6M, que representa um duplo recorde na história do clube suiço. Dizem que venderam Cancelo e Ivan Cavaleiro por 30M. Se tudo isso fosse verdade as novas trutas já estariam a treinar com o resto da equipa. Trutas que, na realidade, só começarão a chegar quando Gaitán - a única esperança de um encaixe significativo - for vendido. Ou, em alternativa, se a pré-temporada começar a correr mal. Aí, lá se fará mais uma engenharia financeira daquelas para arranjar os milhões necessários.

A propósito, com a devida vénia ao Captomente...