terça-feira, 21 de julho de 2015

R de "Ridículos"


Já não há paciência. Praticamente dois meses depois de se ter consumado a saída de Marco Silva do Sporting, facto que veio na sequência de penosos meses de guerra fria entre presidente e treinador que foi destaque diário nos jornais, rádios e televisões, depois de um processo de despedimento por justa causa que terminou em rescisão por mútuo acordo, agora que já passou um mês do anúncio de Jorge Jesus como novo treinador do Sporting e semanas depois de Marco Silva ter sido apresentado no seu novo clube, a Rádio Renascença ainda parece achar que o diferendo de Bruno de Carvalho e Marco Silva é um assunto relevante para atualidade desportiva nacional.

Não chegam os primeiros encontros de preparação, chegadas de novos jogadores ou anúncios de dispensas. Quiçá guiada por um desígnio católico, a Rádio Renascença viu-se na necessidade de ressuscitar um assunto que, mesmo quando efetivamente tinha relevância, já tresandava - pois falava-se demasiado e sempre na perspetiva de um dos lados em conflito.

Que dado novo encontrou então a Rádio Renascença para voltar a referir que os sportinguistas preferiam que tivesse saído Bruno de Carvalho do que Marco Silva? Uma sondagem? Um inquérito do tipo televoto? Uma entrevista a reconhecido especialista em assuntos sportinguistas que após aturado estudo tem novas informações a dar sobre o tema?

Não. Na origem da reabertura que deveria estar morto e enterrado esteve isto:


Vou dar uma novidade aos senhores da Bola Branca. Há de facto sportinguistas que, dada a hipótese de optarem pela saída de Bruno de Carvalho ou Marco Silva, escolheriam a saída do presidente. Mas esses são uma minoria. E podem estar certos que se perguntassem a essa minoria se prefeririam que o presidente do Sporting fosse Bruno de Carvalho e Pol Pot (se fosse vivo), a maior parte escolheria o segundo sem pestanejar.  

Gostaria também de saber por que motivo a Renascença acha relevante questionar um antigo dirigente do Benfica sobre a vida do Sporting. Não é novidade, é certo. Começa a ser vulgar vermos gente como Rui Rangel, António Figueiredo ou Gaspar Ramos a pronunciarem-se sobre a vida do Sporting. Mas seria interessante que, por uma questão de coerência, se começassem a entrevistar sportinguistas para comentarem o quotidiano do Benfica. Ou então não, é uma forma de fazer jornalismo simplesmente ridícula.

Rádio. Renascença. Ramos. Realmente. Ridículos.