quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Gobernices

Já perdi há muito a paciência para ver o Trio de Ataque. São duas horas de debate estupidificante (mesmo para a norma que impera neste tipo de programas) entre comentadores de terceira categoria, dos quais apenas Miguel Guedes consegue escapar. Não que o Blind Zero seja um paineleiro de Champions, mas é fácil perceber a facilidade com que navega no programa, incorrendo frequentemente em omissões e falsidades sem que nenhum dos seus interlocutores as consiga detetar. Basta ouvir uma edição do Grandes Adeptos para perceber que as dificuldades de Miguel Guedes aí encontra são outras. Quanto à oposição que tem no Trio de Ataque... bem, basta lembrar como ROC era sistematicamente gozado por Gomes da Silva e Guilherme Aguiar - esses sim, paineleiros de primeira divisão, que agora são acompanhados por Rogério Alves, que por sua vez é nitidamente de Champions.

Pois bem, ontem voltei a ver o programa porque me chamaram a atenção para o facto de Guedes & Gobern terem andado a dizer que a decisão de Bruno de Carvalho em acompanhar Jorge Jesus para a bancada era mais um indício de divisão entre os dois do que um sinal de solidariedade e entendimento. Uma tese absurda que Miguel Guedes tentou impingir com alguma habilidade, diga-se. Mas depois entrou João Gobern, tentando reforçar a ideia de uma forma que demonstra que não passa mesmo de um paineleiro de terceira divisão:


Rui Oliveira e Costa esteve bem na resposta ao virar a agulha para a azia do acusador, com o precioso auxílio de Hugo Gilberto (!). Mas de qualquer forma, mesmo que as imagens da SportTV não tivessem mostrado posteriormente Bruno de Carvalho ao lado de Jesus na bancada de imprensa, desde quando que isso provaria alguma coisa? Será que o presidente seria obrigado a acompanhar o treinador até nas idas à casa-de-banho para provar que realmente está tudo bem entre eles? 

Enfim, gobernices. Mas ainda houve mais. O que dizer desta outra tentativa patética de atacar Bruno de Carvalho?


Bruno de Carvalho, o maior inimigo do futebol português. O homem que tirou Pedro Proença de um lugar onde nos podia ser útil para esse posto de relevância insignificante que é a Liga. Há no entanto que admitir que Gobern deve saber bem a importância de ter gente amiga nas entidades que mandam na arbitragem. Para Pinto da Costa - que por este discurso podia passar por uma personagem secundária que pouco teve a ver com a eleição de Proença - ficaram apenas os desejos de melhoras.

Para finalizar pôs-se a debitar as frases feitas do Nélio. Será que em algum momento Gobern se questiona o motivo pelo qual o seu clube - que oficialmente vendeu largas dezenas de milhões em jogadores nos últimos meses - não consegue reforçar o seu plantel? Não percebeu ainda que os fundos são um dos vários parasitas que se agarram ao futebol a sugar-lhe a riqueza? E ainda tem coragem para os defender? É triste: anda o mundo a tentar evoluir, e Gobern continua a repetir acefalamente argumentos que qualquer pessoa que acompanhe de perto o fenómeno já percebeu serem extremamente redutores da real perversão que é a ação dos fundos no mercado. 

Fica um conselho gratuito para João Gobern: uma pessoa devia saber que tem que rever a sua postura em programas deste género quando começa a malhar no adversário e acaba a levar baile do ROC. E só de pensar que a RTP dispensou o enorme Júlio Machado Vaz para arranjar um tacho para uma figura medíocre como esta...