sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Uma exibição para não esquecer

É normal que o rendimento de uma equipa que apresenta cinco alterações no onze se ressinta, mas o que aconteceu esta noite foi demasiado mau para que as justificações se esgotem apenas na falta de rotinas entre os jogadores. Também compreendo que existissem ordens para se fazer um jogo mais pausado, mas houve jogadores que exageraram claramente na gestão do esforço. Quando perdemos por 3-1 e vemos que os adversários ficaram mais perto do 4-1 do que nós do 3-2, é sinal que demasiadas coisas falharam. Na escolha dos jogadores que entraram, na estratégia seguida, na atitude revelada por quem estava dentro das quatro linhas.

Por outro lado, parece-me que na sequência desta exibição haverá a tentação de se fazerem dois tipos de associações que me parecem desadequadas: 1) não faz sentido relacionar esta má exibição com a de Vila do Conde (são dois jogos com histórias muito diferentes); 2) estar a associar esta derrota à ausência de Carrillo não faz sentido, pois não é líquido que o peruano fizesse muito melhor que Gelson e Mané perante uma desinspiração coletiva tão acentuada.

Foi uma daquelas noites em que pouco se aproveitou da ida à Alvalade. Há muito que não me acontecia querer que o jogo acabasse para ir para casa. Foi a primeira vez que tal sucedeu desde a angustiante época de Sá Pinto / Oceano / Vercauteren / Jesualdo. Um sentimento de que não tinha saudades e que espero não voltar a sentir durante muito, muito tempo.


Positivo

O apoio das bancadas durante os 90 minutos - a assistência superou as minhas expetativas, e apesar de o jogo ter corrido muito mal desde cedo houve sempre apoio vindo das bancadas. Os assobios ficaram para depois do apito final. Quando as exibições são más, é mesmo assim que tem que ser. Não foi seguramente pelo público de Alvalade que o resultado não foi melhor.


Negativo

Uma exibição para não esquecer - já era de esperar que os níveis exibicionais não fossem deslumbrantes devido à natural falta de automatismos inerentes à mexida em meia equipa, mas isso não pode explicar tudo. Algums das exibições estiveram muito abaixo do que seria razoável esperar. João Pereira, Jefferson, Aquilani, Teo e Montero (golo à parte) atrapalharam mais do que ajudaram, Rui Patrício devia ter evitado o 2º golo mas optou por não se fazer a uma bola bombeada para o flanco que estava ao seu alcance, Tobias começou a tremer que nem varas verdes à medida que os erros se foram acumulando e teve sorte em não ter sido expulso. Ficou mais uma vez evidente que Adrien e Aquilani sozinhos não conseguem aguentar um meio-campo contra equipas minimamente organizadas defensivamente que venham com a ideia fixa em explorar o contra-ataque com avançados acima da média. Montero e Teo em conjunto não oferecem a presença de área necessária para que as ocasiões de golo apareçam. Um daqueles dias em que nada correu bem, mas que deve ficar bem presente na memória de todo o grupo de trabalho para que não volte a repetir-se tão cedo.

Perceber quando é para rematar - quando revelamos as dificuldades hoje verificadas para conseguir encontrar espaços pelo centro do terreno, há que procurar novas soluções até encontrarmos os pontos fracos dos adversários. A equipa explorou por vezes os flancos, mas essa abordagem também não funcionou, por 3 motivos: João Pereira e Jefferson estiveram quase sempre péssimos a cruzar, o guarda-redes russo revelou sempre excelente tempo de saída entre os postes nos poucos cruzamentos bem tirados, e não tínhamos presença na área suficiente para tirar partido desses lances. Num jogo em que se percebia  que o adversário estava a fechar-se bem, faz-me confusão por que motivo revelámos sempre tanta cerimónia para rematar à entrada da área nas ocasiões em que havia espaço para o fazer. Bem sei que as boas práticas dizem que devemos procurar sempre uma melhor situação para finalizar, mas quando nada está a correr bem mais vale aproveitar uma meia oportunidade do que a desperdiçar na totalidade com mais uma finta ou tabela mal medida.


Outras notas

O plantel é curto para ambicionarmos vencer a Liga Europa - era uma ideia que já tinha referido anteriormente, e que ficou plenamente comprovada hoje. O Sporting não tem um plantel suficientemente rico que permita ambicionar fazer carreiras de sucesso em simultâneo na Liga Europa e no campeonato. Fazem-se muitas comparações com aquele Benfica que chegou a duas finais europeias, mas isso apenas aconteceu porque tinham uma imensidão de alternativas de qualidade idêntica ou aproximada aos titulares, alguns dos quais eram de jogadores de topo. Muito provavelmente o Benfica só ganhou o campeonato no ano passado porque foi eliminado das competições europeias em dezembro, porque a qualidade do plantel era claramente inferior aos das épocas anteriores. Por muito que me custe ver a minha equipa sofrer uma derrota tão pesada como esta, poupar na Liga Europa é o caminho que faz mais sentido se quisermos festejar o título em Maio. O campeonato tem que ser obrigatoriamente a nossa Champions.



A conferência de imprensa de Jesus será seguramente analisada ao detalhe, sobretudo pelo que disse sobre Carrillo e sobre a prestação dos elementos habitualmente não titulares. Para mim, o ponto que me pareceu mais importante é que tanto o treinador como a direção estão efetivamente a considerar a Liga Europa uma competição secundária em termos do que são os objetivos gerais da época. Numa noite que deixou tantos motivos para inquietações, este foi o único ponto positivo que consegui retirar de tudo o que aconteceu.

A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato. A prioridade tem que ser o campeonato.