terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Continuem a pensar assim

O nível de ansiedade para tentar menorizar aquilo que o Sporting fez começa a atingir níveis hilariantes. Tem sido uma conversa recorrente junto dos paineleiros benfiquistas, e desta vez coube a Diamantino fazer o serviço.


Pergunta Diamantino: retirando as vitórias ao Benfica, o que era a carreira do Sporting? 

Em primeiro lugar, por que haveríamos de retirar as vitórias ao Benfica à carreira do Sporting? Se nos valeram um título, se nos valeram a continuidade na Taça de Portugal, se nos valeram uma vitória categórica no campeonato que nos colocou com 5 pontos de vantagem sobre um dos principais rivais, parece-me materialmente relevante para uma análise totalmente objetiva - e já sem entrar no impacto psicológico que isso teve numa e noutra equipa.

É um exercício semelhante a estarmos a perguntar que legado teria deixado Churchill enquanto estadista se não tivesse liderado o Reino Unido na II Guerra Mundial: umas citações magníficas e pouco mais ficariam na memória universal. Mas a sua ação na II Guerra Mundial é um assunto incontornável para definir a figura histórica que é Churchill.

Em segundo lugar, mesmo retirando as vitórias do Benfica, o percurso interno do Sporting tem sido exemplar. Há o fracasso da qualificação da Liga dos Campeões, é verdade. Mas de resto não há grande coisa por onde se pegar, principalmente nas competições internas.

Fonte: zerozero.pt

16 jogos, 14 vitórias. 87,5% de vitórias. Retiremos os jogos do Benfica e temos 11 vitórias em 13 partidas, correspondendo a 84,6% de vitórias. Não é propriamente um número que muitos possam gabar-se de ter.

Como é evidente, isto não quer dizer que estejamos livres de vir a perder ou empatar jogos num futuro próximo. Podemos recordar as várias partidas em que acabámos por garantir a vitória ao cair do pano. Bastaria que as circunstâncias do jogo tivessem sido ligeiramente diferentes para o desfecho ter sido outro. Mas é inegável que uma percentagem destas de vitórias significa que alguma coisa deve estar a ser bem feita.

Olhando para a imagem acima, para além da ausência de derrotas e do elevado número de vitórias existe um outro número que se destaca: os golos sofridos. 7 golos em 16 jogos. Ou seja, em Portugal, até agora, é preciso em média mais de 2 jogos para se marcar um golo ao Sporting. E podemos fazer a seguinte desconstrução dos golos sofridos:
  • Penáltis: 3 dos 7 golos que o Sporting sofreu foram marcados de penálti (Paços, Académica e Moreirense);
  • Legalidade: 4 dos 7 golos que o Sporting sofreu foram irregulares (Tondela, Académica, Rio Ave, Moreirense);
  • Bola parada: 5 dos 7 golos que o Sporting sofreu foram a partir de lances de bola parada (Tondela, Paços, Académica, Guimarães e Moreirense);
  • Bola corrida: 2 dos 7 golos que o Sporting sofreu foram a partir de jogadas de bola corrida (Rio Ave e Benfica).

É justo referir que existiram 2 penáltis que deveriam ter sido assinalados contra o Sporting, mas até agora, num total de 16 jogos e quase 5 meses de competição, o Sporting apenas sofreu 3 golos legais. E há um facto que os penáltis por assinalar contra o Sporting não mudariam: em 16 jogos, o Sporting apenas sofreu 1 golo legal em lance de bola corrida. A mim parecem-me números notáveis que explicam muito do que está a ser a carreira do Sporting esta época. Mas, pelos vistos, Diamantino é uma pessoa mais difícil de satisfazer. Que continue a pensar assim...

(obrigado, T!)