sábado, 9 de janeiro de 2016

Dá para fazerem a transmissão do julgamento?

Depois da galhofa nacional que foi o #SóValesUmEuro, que surgiu em consequência da avaliação de um Euro que os advogados do Benfica fizeram do sofrimento causado pela saída de Jorge Jesus em cada um dos seus adeptos, chegou agora a vez da defesa do treinador apresentar os seus argumentos em tribunal.

O MaisFutebol publicou ontem um artigo onde faz um resumo dos pontos que a defesa de Jesus, liderada pelo brilhante Rogério Alves, invocará para contestar as alegações benfiquistas. E devo dizer-vos, é ma-ra-vi-lho-so. Há muito que não me ria tanto. É daqueles casos em que tem piada porque é verdade, ampliada pela lógica cristalina dos argumentos utilizados pela defesa de Jesus.

O texto é de Sérgio Pereira, e está publicado neste LINK. Façam um favor a vocês mesmos e leiam, é imperdível.

Os negritos colocados são da minha responsabilidade.



E se Jorge Jesus chamasse os 14 milhões de benfiquistas a testemunhar?

Defesa do treinador pediu ao tribunal que a queixa do Benfica fosse considerada inepta e não chegasse por isso a julgamento: decisão da juíza esperada para as próximas semanas

A defesa de Jorge Jesus ao processo judicial que lhe foi interposto pelo Benfica pediu ao tribunal que a queixa fosse considera inepta. 

O que, a acontecer, dará origem a uma de duas coisas: ou o tribunal pediria aos advogados do Benfica para corrigir a queixa, ou a recusaria e o processo não chegava a julgamento. 

De acordo com o que o Maisfutebol apurou, a defesa de Jorge Jesus, elaborada por Rogério Alves, considera que o processo entregue pelos advogados do Benfica é «juridicamente imprestável» e «juridicamente insustentável». 

«Sendo inédita, insólita e incompreensível, terá de ser improcedente», acrescenta, justificando que foi «escrita em forma de novela aberta, por manifesto défice de concretização dos factos, das pessoas e dos elementos a que alude». 

Na base desta alegação estão várias acusações que a defesa de Jesus considera serem indemonstráveis. Entre as quais, claro, o pedido de uma indemnização de 14 milhões de euros, tendo por base o sofrimento imposto a 14 milhões de adeptos e simpatizantes: indemnização que tem como critério de cálculo um euro por cada simpatizante. 

Ora perante isto, a contestação de Jesus acrescenta que o processo do Benfica não identifica os estudos concretos que indicam que o número aproximado de simpatizantes do Benfica é de 14 milhões, acrescentando que, no limite, cada um desses simpatizantes deveria ser arrolado como testemunha para certificar que é adepto do Benfica e que realmente sofreu com a saída de Jorge Jesus. 

Depois adianta que é possível que haja adeptos que ficaram satisfeitos com a saída do treinador, lembrando, por exemplo, que João Gabriel não escondeu o regozijo quando disse que o Benfica ia ter por fim um treinador comprometido com o clube. 

Por fim, alega-se, mesmo que fosse possível provar que o Benfica tem 14 milhões de simpatizantes e que estes sofreram com a saída de Jorge Jesus, então a indemnização teria de ser paga aos simpatizantes e não ao Benfica, porque eles seriam os lesados.


Que software Jesus usurpou: o Microsoft Office ou o Solitaire? 


Para além da questão dos 14 milhões de simpatizantes e da indemnização de um euro por cada adepto, a defesa elaborada por Rogério Alves acrescenta que a queixa deve ser considera inepta porque as acusações que o Benfica faz não são concretizadas. 

Por isso impugna praticamente todos os artigos da queixa. 

Entre outras coisas a defesa considera que o Benfica utiliza notícias de jornais como se alegasse factos, lembrando que há até acusações que se baseiam em notícias que não se concretizaram: por exemplo uma em que supostamente Jorge Jesus teria dado ordem para não se abrir mão de Diego Capel, o que é falso porque o espanhol saiu antes do início da época. 

Depois são levantadas várias dúvidas, a partir das acusações do Benfica, as quais a contestação considera que ficaram por concretizar. 

Em que circunstância, lugar e quando aconteceram as alegadas negociações entre Jesus e o Sporting? Em que factos concretos se traduziu o assédio a técnicos do Benfica? Quem era o funcionário do Sporting que Jorge Jesus terá contactado telefonicamente enquanto treinador do Benfica para fazer perguntas sobre o Sporting? 

Há até uma dúvida curiosa. 

O Benfica, como é público, considera na queixa que Jorge Jesus levou a ciência, os conhecimentos, a tecnologia e até software do clube para o Sporting. 

A defesa de Jesus argumenta se era expectável que um treinador com 26 anos de carreira esquecesse todos os conhecimentos adquiridos quando muda de clube e aproveita a não identificação do software copiado para o computador pessoal para perguntar: «Terá sido o Microsoft Office? O Adobe Reader? O Solitaire?» 

Ora perante tudo isto, a defesa de Jesus pede que a queixa do Benfica não seja aceite pelo tribunal. A resposta da juíza será dada entre este mês de janeiro e fevereiro. 

No caso da juíza avançar para um julgamento, então Jorge Jesus pede que o Benfica lhe pague o ordenado de junho de 2015, no valor de 333 mil euros, que pague as custas do processo e que pague uma indemnização de 300 mil euros, que Jesus declara querer entregar a duas instituições de solidariedade social.