quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Dia de tributo ao jornal A Bola, capítulo II: Bruno, o provocador

Capítulo II - Bruno, o provocador 
26 de outubro de 2015

Há coisas que não se fazem a um homem. Obrigarem José Manuel Delgado a escrever a crónica de um jogo em que o seu clube perde em casa por 3-0 com o Sporting, e ainda a ter que encher uma página de opinião na edição que vai para as rotativas nessa mesma noite, é algo que provavelmente viola a maior parte dos artigos da Carta dos Direitos Humanos.

O resultado ficou à vista de todos. Não havendo tempo para processar a intensa azia que lhe invadiu o âmago horas antes, José Manuel Delgado teve que a canalizar de alguma forma para o homem que, 24 horas antes, julgaria poder humilhar neste seu espaço.


Pois. Três meses decorridos e um Sporting - Porto disputado, e ninguém viu Bruno a virar-se contra o Porto. Ninguém viu Bruno a assentar, em crescendo, baterias no FC Porto. O clássico de 2 de janeiro correu dentro da normalidade, não houve trocas de bocas ou acusações entre os dois clubes antes e depois da partida, e o tratamento institucional foi - felizmente - correto e adequado ao relacionamento atual que (não) existe entre os dois clubes.

A explicação é simples: Bruno não se virou para o Porto porque, nos últimos tempos, o Porto não atacou nem desrespeitou o Sporting. Bruno continua virado para o Benfica porque, diariamente, Gabriel e os seus mínimos lhe dão motivos para isso.

Sobrou de tudo isto, portanto, um clássico sem incidentes e um artigo de opinião ridículo.

Para terminar este capítulo, queria deixar uma pergunta no ar em relação a algo que, enquanto sportinguista, me incomoda um pouco: as referências ao presidente do meu clube por Bruno. Isto não é um exclusivo de Delgado, atenção. Hoje, num dos capítulos que sairão hoje, ainda vão encontrar um caso pior. Mas já que Delgado é o centro deste texto, aqui fica a pergunta: quantas vezes Delgado se referiu ao presidente do Benfica por Jorge, Manuel, João ou Luís Filipe, ou ao presidente do Porto por Jorge Nuno? Quer dizer, tendo sido tantos os encontros, conversas e entrevistas que o Zé Manel já teve com Luís Filipe, suponho que quando os dois falam em privado Zé Manel já possa tratar Luís Filipe por Luís Filipe. Portanto, reformulo a pergunta: nos textos que escreveu na sua carreira de jornalista: quantas vezes Delgado se referiu ao presidente do Benfica por Jorge, António, João, Manuel ou Luís Filipe, ou ao presidente do Porto por Jorge Nuno? Só por curiosidade...