terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O fecho de mercado

Resumindo, foram estas as movimentações na equipa principal e excedentários:

SaídasMontero, Tanaka, Labyad, Sacko, Rosell, Cissé, Diogo Salomão, Marcelo Boeck, Viola, Jonathan

Entradas: Barcos, Coates, Rúben Semedo, Zeegelar, Bruno César, Schelotto (e Tomas Rukas e Canhembe para a B)

Dúvidas: Teo, Ewerton (os mercados brasileiro, chinês, russo e turco continuam abertos)



Fredy Montero 

Foi transferido por €5M para o Tiajin Teda, com o Sporting a manter 20% do passe, ao que parece como parte de um pacote que também trouxe Hernán Barcos para Lisboa. É seguramente a transferência que mais reações negativas gerou entre os sportinguistas.

Financeiramente, parece-me um bom negócio. Montero tem 28 anos, seria a 4ª alternativa do plantel para a posição de ponta-de-lança (assumindo que Teo fica), pelo que os €5M acabam por ser um valor bastante interessante para o Sporting. Convém não esquecer que a SAD estava obrigada a vender para compensar o aumento dos custos com pessoal. Entre vender um suplente e um titular, parece-me óbvio que é preferível vender um suplente.

Desportivamente, todos reconhecem o talento de Montero. O problema é que esse talento aparecia de forma demasiado esporádica para ser titular do Sporting, para além de ter pouca presença de área para ser o ponta-de-lança de que precisávamos. Foi muito útil em vários jogos, é verdade - incluindo no último sábado -, mas parece-me que faz sentido que o clube prefira contar com outro jogador com características que lhe permitam efetivamente lutar pela titularidade, coisa que o colombiano já não conseguia.

Sentimentalmente, custa vê-lo partir. Montero foi o protagonista do inesperado ressurgimento do Sporting (de Leonardo Jardim) logo após a pior época da história do clube. Estreou-se em Alvalade com um hat-trick (um dos golos foi de levantar o estádio) e teve um início de temporada espantoso que catapultou o Sporting para a liderança isolada. Apagou-se na segunda metade da época e nunca mais foi um titular indiscutível. Ainda assim, foi fundamental na conquista da Taça de Portugal. Durante os dois anos e meio que esteve connosco teve sempre um comportamento correto e profissional. Como tal, vai deixar saudades.



Junya Tanaka

O japonês era uma figura querida em Alvalade, mas é fácil perceber que não contava para Jorge Jesus. Conseguiu uma média de golos marcados interessante, para os poucos minutos que acabou por jogar. Ficará na memória de todos os sportinguistas o golo que marcou em Braga. Foi emprestado por uma época e meia, coincidindo com o resto do contrato, o que significa que não deverá voltar ao Sporting.



Labyad e Viola

Dois jogadores com vencimentos elevadíssimos, era urgente a sua colocação para reduzir a folha salarial da SAD. Viola já se tinha desvinculado do Sporting em janeiro, enquanto o marroquino foi ontem emprestado ao Fulham durante 6 meses, com o clube inglês a ficar com a opção de estender o empréstimo por mais um ano (o que coincidiria com o fim do contrato do Sporting). Duas boas notícias para as finanças do clube. 


Rosell, Cissé Sacko

Três erros de casting que foram cedidos até ao final da época. Rosell vai para o Guimarães, tendo o Sporting recebido em troca o direito de preferência sobre o guarda-redes Miguel Silva e Alexandre Silva. Na prática, estes direitos de preferência significam muito pouco. Continuarão a ser sempre os jogadores a decidir o clube para onde seguirão numa eventual transferência. Cissé foi emprestado ao Setúbal, e Sacko ao Sochaux, da 2ª divisão francesa.


Diogo Salomão

Um problema antigo que foi finalmente resolvido, com a sua transferência definitiva para o Maiorca.


Marcelo Boeck

Foi por empréstimo para o Chapecoense até ao final da época, com mais um de opção. Não se compreende por que motivo a direção decidiu renovar com Marcelo, quando já era evidente que o seu rendimento desportivo deixava muito a desejar. Assumindo que o Chapecoense aciona a opção, ficará no Brasil até 31 de dezembro de 2017. Ficará então a faltar 6 meses para o final do contrato com o Sporting.


Hernán Barcos

É um jogador com características semelhantes às de Slimani: muito forte fisicamente e móvel, talvez mais forte a finalizar que o argelino. No entanto, é preciso saber se o Barcos que vem para o Sporting é o melhor Barcos, ou se a sua passagem pela China o fez perder as capacidades que mostrou ao serviço do Palmeiras e do Grémio. Contra si tem o facto de fazer 32 anos em abril e estar sem competir há mais de dois meses. Uma boa adaptação ao clube e ao sistema de Jesus e uma rápida recuperação dos índices físicos serão fundamentais para poder ser um fator diferenciador no que resta desta época.