sábado, 20 de fevereiro de 2016

Os assobios a Teo

Depois da novela do volta-não volta das férias alargadas de Natal na Colômbia, daquela fotografia na praia e das notícias que davam conta da vontade do jogador em sair do Sporting poucos dias de ter regressado a Lisboa, a minha boa vontade para com Teo Gutiérrez esgotou-se. Para piorar, as exibições que realizou desde o seu regresso aos relvados não têm ajudado a atenuar essas suas atitudes. Como consequência de tudo o que se tem passado, já não consigo evitar desabafar a cada bola que perde ou em cada lance que se alheia da jogada.

Daí até me dar vontade de assobiar, vai alguma distância. Creio que se pode e deve assobiar para a equipa no final de uma partida em que a atitude do coletivo tenha deixado a desejar, mas não concordo com assobios dirigidos a um jogador em particular, quem quer que ele seja. Por isso nunca o fiz, e não será com Teo que começarei a fazer.

Compreendi a defesa que Jesus fez do jogador na conferência de imprensa após o jogo com o Leverkusen. É verdade que Teo foi uma contratação feita a pedido de Jesus, mas não é por isso que Jesus o está a defender. Teo já ficou no banco vezes suficientes para se perceber que não é um indiscutível para Jesus. Mas é, efetivamente, o segundo ponta-de-lança do plantel, a seguir a Slimani. E considerando a forte possibilidade de Barcos não começar a render a curto prazo, é bem provável que Teo passe a ser o primeiro ponta-de-lança do plantel, caso Slimani seja castigado.

Teo marcou dois golos contra o CSKA que, infelizmente, acabaram por não nos dar o apuramento. Marcou o primeiro golo contra o Benfica para o campeonato e fez um bom trabalho tático no pressing à defesa adversária. Teve uma participação acidental no golo que nos deu a Supertaça. Sofreu o penálti e marcou o golo que nos deu a vitória contra o Estoril. Marcou o golo da tranquilidade contra o Besiktas que antecedeu a divertida cena do spray. Pode não ser muito para as expetativas que a maior parte de nós teria de um titular da seleção colombiana, mas é um facto que Teo já foi útil à equipa esta época. Já nos valeu pontos.

Patinhos feios sempre existiram, seja no Sporting como em qualquer outro clube. Mas este patinho feio vai ter - quer queiramos, quer não - um papel importante a desempenhar até ao fim do campeonato. Mais ou menos decisivo, logo veremos. Como tal, temos que tentar apoiá-lo como a qualquer outro jogador. Pode não ser fácil, pode ser necessário engolir um sapo de todo o tamanho, mas não estaremos a ajudar o clube se os assobios que se ouviram na quinta-feira se tornarem uma regra. Repito: não estaremos a ajudar o clube.