quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Os filhos e enteados da FPF

Está confirmado. As orientações dadas na semana passada por Vítor Pereira aos árbitros - no sentido de serem intransigentes perante comportamentos incorretos de treinadores e outros agentes desportivos - foram medidas à la carte, com um objetivo claro e concreto: pressionar Jorge Jesus, os restantes elementos da equipa técnica, e os delegados ao jogo do Sporting. 

Em teoria, esta ação do CA poderia fazer todo o sentido se feita num âmbito preventivo, ou seja, dando um aviso prévio a todos os clubes, que então poderiam tentar precaver-se em função dessa redução de tolerância. No entanto, a Associação Nacional de Treinadores confirmou ontem o seguinte:


A existência destas novas orientações dadas aos árbitros não foi transmitida aos clubes ou aos treinadores. Isto, por si só, é um facto de enorme gravidade. Mas consegue ficar ainda pior:


José Peseiro disse ontem que foi previamente avisado sobre estas instruções de Vítor Pereira, antes do início do Estoril - Porto. Convém relembrar que o jogo da Amoreira se realizou antes do Sporting - Académica, do Arouca - P. Ferreira e do Boavista - Braga, as três partidas em que se registaram expulsões de treinadores nesta jornada. Ou seja, no momento em que os dirigentes do Porto avisaram Peseiro, ainda nenhum treinador tinha sido expulso.

Isto prova que os dirigentes do Porto foram avisados antecipadamente, ao contrário de outras equipas. Calculo que o Porto não tenha sido o único clube a ser informado, mas isso é especulação minha. De qualquer forma, isto é suficiente para concluirmos que são os próprios organismos da FPF - que deveriam zelar por uma competição limpa - os primeiros a contribuir para a concorrência desleal que existe atualmente no futebol português.