terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Os melhores adeptos

O Sporting ganhou a votação da Eurosport para "eleger" a equipa com os melhores adeptos da Europa. Acompanhei todo o processo com interesse e fiquei obviamente sastisfeito pelo resultado e pela mobilização que gerou. No entanto, para mim, mais gratificante que a vitória propriamente dita na votação (que, convenhamos, expressa apenas a opinião / desejo de quem se deu ao trabalho de votar) foi assistir às reações da nação benfiquista ao longo de todo o processo. Também eles se mobilizaram, o clube apelou à votação nas redes sociais através das suas contas oficiais, mas acabaram a falar nos cookies apagados, nos hackers e nos scripts, procurando desvalorizar o insucesso dos seus esforços. Bela demonstração de azia, portanto, apesar de esta votação não justificar este tipo de reação.


Deixando para trás a votação - que pouco que significa -, fica a pergunta: o Sporting tem mesmo os melhores adeptos da Europa? É difícil dizer. Não só porque por essa Europa fora existem vários emblemas que seguramente podem apresentar bons argumentos para reclamar esse estatuto, mas também porque é complicado definir aquilo que define realmente os melhores adeptos. Serão os mais fiéis? Os mais ruidosos? Os mais consumistas? Os mais viajados? Os mais numerosos? Os mais criativos? Os mais ordeiros? Uma combinação de todas estas características?

Não tenho uma resposta segura para esta questão, mas se tivesse que dar uma opinião rápida, utilizaria a regra que se usa para definir quem são os verdadeiros amigos: aqueles que aparecem nos momentos difíceis.

A qualidade dos adeptos seguramente que não é definida pela quantidade de pessoas que aparecem para festejar um título. Muito mais importante é o apoio que é dado quando a equipa verdadeiramente precisa, ou seja, quando as coisas não estão a correr bem dentro de campo.

Quando falo nesse tipo de apoio, não estou a falar de minutos 70. Nesse jogo do minuto 70, esses adeptos estiveram 60 minutos calados a partir do momento em que se viram em desvantagem no marcador. Até lá só se ouvia os sportinguistas. Ainda no clássico de sexta-feira, a partir do 1-1, praticamente só se ouviu os adeptos do Porto. Que raio, no jogo em que o Benfica podia garantir o título de 2013/14 em caso de vitória frente ao Olhanense, foi preciso o speaker puxar pelo público para se ter algum apoio durante a 2ª parte, quando o resultado ainda era 0-0.


Em Alvalade, o apoio é constante, independentemente do resultado. Repito: independentemente do resultado. Como, por exemplo, todos pudemos testemunhar há um mês na receção ao Braga, no momento em que nos vimos a perder por 2-0:


No regresso dos balneários o apoio foi igual. E continuou assim durante toda a segunda parte.

Se há jogos em que os adeptos contribuiram para conquistar pontos, este foi seguramente um deles. E esta época já existiram muitas outras situações em que o público de Alvalade apoiou ininterruptamente a equipa em situação de desvantagem. É impensável que em Alvalade a claque adversária se faça ouvir durante mais do que um par de minutos.

Os adeptos sportinguistas podem não ser os mais numerosos em Portugal. Mas tenho a certeza que são os mais criativos, os mais fiéis e os mais determinados. Não sei se isso é suficiente para reclamar o estatuto de melhores adeptos da Europa, mas na minha opinião chega e sobra para serem os melhores adeptos em Portugal.