sexta-feira, 4 de março de 2016

Lisboa em estado de sítio?


Depois desta notícia que A Bola colocou na capa de hoje, fiquei com a certeza que amanhã, em Alvalade, iríamos ter um dispositivo nunca antes visto num jogo de futebol. Já imaginava as imediações do estádio preenchidas com elementos da polícia de intervenção, cães, unidades anti-terrorista, brigadas anti-bomba, quem sabe até com várias divisões do exército, blindados e tanques, e até helicópteros a patrulhar todos os movimentos dos adeptos das duas equipas. 

Os posts de Bruno de Carvalho no Facebook andam a ser encarados por determinada comunicação social e avençados da mesma forma que a NATO reagia aos vídeos que Bin Laden divulgava com ameaças aos países ocidentais. As últimas capas d' A Bola são disso um bom exemplo.

Mas, afinal, a tal reunião do MAI para preparar o dérbi deu... nisto:


Não sei se houve ou não reunião do MAI. O que sei é que é um enorme disparate achar-se que o nível de risco do jogo será mais elevado que tantos outros que já ocorreram no passado.

Existe um clima de guerrilha por parte da máquina de comunicação do Benfica, e de guerra aberta por parte do presidente do Sporting, é verdade. Mas quando a hora do jogo chegar, a esmagadora maioria das pessoas que estarão no estádio saberá comportar-se de forma ordeira e civilizada para com os adeptos adversários. Existem riscos, claro, pois basta um pequeno número de energúmenos - que todos os clubes têm - para colocar em risco a integridade física de outros espectadores, como sempre existiram em todos os dérbis realizados nas últimas décadas. A existência ou não de problemas a envolver adeptos destes dois clubes é uma questão que depende mais da oportunidade do que da existência de ânimos incendiados.

Se acontecer algum benfiquista sentar-se ao meu lado amanhã, pode apoiar a sua equipa à vontade e festejar (knock on wood) os golos da sua equipa sem ser incomodado por mim. Como não sou nem mais nem menos civilizado que uma pessoa normal, creio que isso se estenderá a todos os sportinguistas que estarão no estádio. Felizmente, foi assim que aconteceu na época passada quando Jardel marcou aquele golo nos descontos, ou quando Mitroglou inaugurou o marcador no encontro da Taça que depois viríamos a vencer. A regra é essa, ao contrário do que alguma imprensa alarmista quer fazer crer.