domingo, 10 de abril de 2016

Capitão William a mostrar o caminho

Depois de três partidas em que o Sporting apresentou um futebol de grande nível, esperava-se ontem, mais uma vez, uma equipa sufocante capaz de encostar o Marítimo às cordas desde cedo e proporcionar um princípio de noite tranquilo aos muitos milhares de sportinguistas nas bancadas. No entanto, não foi isso que aconteceu. A equipa pareceu mais desligada e menos intensa, quer a atacar, quer a defender, - ressentindo-se claramente da ausência de Adrien -, e revelou inesperadas dificuldades em chegar com a frequência habitual à baliza de Salin. Depois dos habituais momentos de excesso de cerimónia e dos desperdícios da praxe, o Marítimo conseguiu criar algumas situações de aperto para Rui Patrício e, precisamente numa altura em que o jogo até estava mais equilibrado, lá surgiu o primeiro golo que desbloquearia a partida: marcado por Teo, à Teo.



Positivo

Captain William - capitão de equipa por ausência forçada de Adrien, fez mais um excelente jogo, coroado por dois momentos de enorme brilhantismo, demonstrativos da sua capacidade técnica e física. Primeiro, o golo que marcou, contornando um adversário e rematando de forma imparável com o pé esquerdo, e depois a forma como varreu (pareceu-me sem falta) dois adversários na jogada do terceiro golo. Foi sir, captain, o que quiserem. É o melhor William da temporada.

O mestre dos golos inadvertidos - quinto golo de Teo Gutierrez em três jogos, mais um em que teve uma dose de sorte considerável do seu lado. Tivesse Bryan Ruiz o mesmo sentido prático e a mesma dose de sorte na finalização (ou a mesma ausência de azar), e seria provavelmente o segundo melhor marcador da equipa. A recente veia goleadora de Teo - leva oito no campeonato e a interessante média de 1 golo por cada 148 minutos jogados - está também acompanhada de um maior contributo para o coletivo. Foram várias as iniciativas de sua autoria que criaram perigo, nomeadamente o passe que fez para o cruzamento que Ruiz desperdiçou, no princípio da partida. Está melhor, mas não foi uma exibição perfeita, longe disso. Ainda há muito espaço para melhorar.

Mais uma vez, João Mário - a par de William, o melhor jogador da equipa. Mais uma exibição de enorme categoria, ao nível do que tem vindo a ser habitual. Pena, no entanto, as dificuldades que demonstrou no momento de finalizar.

Negativo

A finalização, mais uma vez - foram várias as ocasiões em que a equipa desperdiçou golos ou, pelo menos, a possibilidade de os tentar em boa posição para isso. O cabeceamento de Ruiz ao lado, Slimani a atrapalhar-se com a bola na área do Marítimo, a cerimónia de João Mário nos lances do 2º e do 3º golo, Matheus isolado, foram algumas das várias situações em que se poderia ter feito muito melhor. Mesmo jogando menos do que o que tem sido habitual, poderíamos (e deveríamos) ter alcançado um resultado muito mais folgado.

A desconcentração defensiva após o terceiro golo - foram vários os erros cometidos pela linha defensiva após o 3-0 que, felizmente, o Marítimo não conseguiu aproveitar. Não sei se foi a onda nas bancadas que distraiu os jogadores (também sofremos um golo com o Arouca precisamente quando se fazia a onda), mas não se podem "ausentar" do jogo desta forma. O Marítimo poderia ter reaberto a partida se tivesse aproveitado uma das várias ocasiões que lhes foram permitidas.



Missão cumprida, três pontos garantidos. Há que continuar a manter esta pressão sobre o Benfica até final.