terça-feira, 5 de abril de 2016

Vitória categórica

Mais uma vez, o Sporting demonstrou saber lidar com a pressão de não poder ceder pontos. Engoliu por completo o adversário, manteve-o encostado às cordas durante 60 minutos, apenas permitindo que o Belenenses pudesse respirar numa altura em que o resultado já estava feito. Mais uma grande exibição, que só não acabou num resultado histórico porque voltámos a fazer a gentileza de falhar golos feitos, uns atrás dos outros. Mas, no cômputo geral, foi mais uma demonstração de que o Sporting é, efetivamente, a equipa que melhor joga em Portugal.



Positivo

Exibição categórica - o Sporting foi uma equipa absolutamente sufocante em todo o terreno. Excelentes exibições individuais em todos os setores: a dupla de centrais (pena que Semedo fizesse aquele cabeceamento para a entrada da área que acabaria no segundo golo do Belenenses, apesar de também haver responsabilidades de Aquilani, por não ter acompanhado Tiago Silva); Bruno César esteve muito sólido, mostrando ser uma opção muito válida contra adversários com menor capacidade de chegar à nossa área; William esteve sempre muito bem, com exceção dos momentos em que entrou na área do Belenenses; Adrien, João Mário e Ruiz estiveram ao nível habitual; Slimani resolveu e até Teo marcou. Não foi uma exibição perfeita, mas foi um jogo que deu gosto ver, com elevada nota artística.

Mais dois golos para Slimani - já vão 22 marcados no campeonato. O primeiro golo foi uma boa demonstração daquilo que Slimani evoluiu desde que chegou ao Sporting. A forma como fez a receção de bola passada por Adrien, a calma com que tirou o adversário da frente, e finalizando com um remate em jeito, que fez o arco necessário para fugir à luva de Ventura e entrar junto ao poste mais distante. Um golaço.

Teo a tomar-lhe o gosto - mais dois golos, que totalizam quatro nos últimos jogos. É certo que falhou incrivelmente um no princípio do jogo, é certo que os golos que vai marcando conseguem parecer mais fruto do acaso do que outra coisa, mas pelo menos agora está a meter as bolas na baliza. Considerando que Jesus não está disposto a abdicar de Teo no onze, se continuar a contribuir desta forma já não será mau.

Show nas bancadas - ambiente magnífico do princípio ao fim. Na segunda parte até houve cânticos a duas vozes. Incrível!


Negativo

Festival (mais um) de golos falhados - se tivessemos concretizado apenas as ocasiões escandalosas, devíamos ter ido para o balneário a ganhar por 6-0, em vez de apenas 2-0. William, Teo, Ruiz e Slimani tiveram o golo nos pés, mas desperdiçaram de forma incrível - principalmente os dois primeiros. Na segunda parte marcámos três e foi (mal) anulado outro, mas ficámos a dever ao marcador pelo menos mais um par de golos. Teria sido uma goleada das antigas caso tivessemos a eficácia de finalização que o Belenenses registou.

Os foras-de-jogo mal tirados ao ataque do Sporting - um golo mal anulado a Slimani e mais um punhado de situações em que a bandeirinha foi levantada de forma injustificada. Foram demasiados, felizmente que acabaram por não fazer falta para a vitória.



Vitória categórica com elevada nota artística que mantém o Sporting numa marcação cerrada ao Benfica. Houve também o bónus da inesperada derrota caseira do Porto frente ao Tondela. Não só nos dá uma folga importante na outra luta da qualificação direta da Champions (nada está fechado, mas está melhor encaminhado), como também não nos prejudicará na luta pelo título termos uma deslocação ao Dragão para jogar contra um Porto mais afastado na classificação, menos motivado, e com menos esperanças de chegar ao segundo lugar.

P. S.: já estava à espera que começassem as bocas sobre as facilidades que o Belenenses concedeu ontem, por causa do vídeo que fiz por ocasião do Belenenses - Benfica. Existiram erros, de facto. Mas, na minha opinião, o Belenenses correu, dentro do seu estilo de jogo, bastante menos riscos ontem do que contra o Benfica. Muito menos atrasos na queima para o guarda-redes, Ventura poucas vezes tentou sair a jogar com os colegas sob pressão, defesa nos cantos com todos os elementos, e houve direito a dois centrais de raíz. Tudo isto será abordado brevemente.