quinta-feira, 19 de maio de 2016

Balanço de 2015/16: GRs e Defesas


Rui Patrício: ***          2014/15: ***     2013/14: ***

Aos 28 anos, Rui Patrício é a prova viva de que os melhores anos dos guarda-redes ficam guardados para uma idade mais avançada. Creio que será consensual que terá efetuado a melhor época da sua carreira, fazendo uso das qualidades que já lhe eram reconhecidas, mas desta vez com uma consistência e regularidade inéditas. Para além disso, mostrou progressos em duas vertentes em que revelava demasiadas dificuldades: no controlo da profundidade e, principalmente, a sair dos postes. Os momentos baixos da época de Rui Patrício terão sido as duas expulsões (uma injusta, contra o Tondela, que nos viria a custar dois pontos, e na Albânia contra o Skenderbeu), mas foram imensos os pontos altos, que valeram muitos pontos ao clube. Grande, grande época.


Marcelo Boeck: *          2014/15: *     2013/14: *

Vinha de uma época pouco feliz, em que tinha comprometido demasiadas vezes para o tempo que jogou. Infelizmente, esta temporada foi ainda pior. A forma física com que apareceu após as férias era um indício para aquilo que viria a acontecer. Dos 6 jogos em que participou, comprometeu em 4 (Skenderbeu, Paços de Ferreira, Tondela e Portimonense). Não se compreende o motivo pelo qual o Sporting lhe renovou o contrato em dezembro, quando já se via que não fazia qualquer sentido a sua continuidade. Quinze dias depois, acabou por sair para o Brasil. Não há sportinguista que não goste da forma como Marcelo sentia o clube, pelo que ficam, ainda assim, boas memórias da sua passagem por Alvalade.


Azbe Jug: -

Considerando a péssima forma de Marcelo, o facto de Jug ser a terceira opção não era propriamente um bom cartão de visita. No entanto, no único jogo que fez (em Arouca, para a Taça da Liga), esteve bastante bem. Não é suficiente para ficarmos com uma ideia do seu real valor, mas deixou-me com curiosidade para o ver jogar mais vezes. Será que fica no plantel na próxima época? 


João Pereira: **

O péssimo início de temporada que fez levava a crer que a sua contratação teria sido um erro. Teve o momento mais complicado com o penálti desnecessário e expulsão frente ao Paços, na segunda jornada, que nos fez desperdiçar dois pontos. No entanto, com o passar das jornadas o seu rendimento foi evoluindo positivamente e chegou ao inverno numa excelente forma. Acabou por ser surpreendente a perda da titularidade para Schelotto - não só João Pereira estava a convencer, como as primeiras exibições do italiano deixavam muito a desejar. Considerando que é um jogador que já tem 32 anos e que, à partida, não será titular, fica a dúvida se continuará no Sporting na próxima época.


Ricardo Esgaio: *          2014/15: *

No primeiro terço da época ainda foi dividindo a titularidade com João Pereira, mas quando este começou a subir de rendimento, Esgaio foi perdendo minutos. Nas oportunidades que teve, cumpriu sem grande brilho, o que é curto para um jogador que está numa fase decisiva da sua carreira. Na última jornada, no entanto, Jesus surpreendeu e lançou-o no meio-campo. Ontem, renovou contrato. Será que há algum plano de adaptação em curso para fazer de Esgaio um box-to-box?


Ezequiel Schelotto: **

Reforço de inverno, não convenceu nos primeiros jogos, ao ponto de muita gente questionar a insistência de Jesus em utilizá-lo em detrimento de João Pereira. Com o tempo foi-se percebendo o motivo da insistência: o poder de aceleração e velocidade de Schelotto permite-lhe aproveitar como poucos o espaço nas alas que João Mário cria quando procurar espaços interiores. À medida que o entendimento de Schelotto com os companheiros foi melhorando, a sua influência na manobra ofensiva aumentou significativamente, mostrando também ser bastante decente nos cruzamentos. Para além disso, é um jogador raçudo, e cuja altura o torna bastante útil nas bolas paradas defensivas. Parece-me que fez o suficiente para justificar a sua contratação em definitivo.


Jefferson: *          2014/15: **     2013/14: **

Mais uma época muito irregular, mas desta vez - e ao contrário dos dois anos anteriores - nivelada por baixo. O primeiro terço de temporada foi bom, sobretudo do ponto de vista ofensivo, mas revelando com demasiada frequência as dificuldades para defender que já eram conhecidas. As frequentes lesões prejudicaram nitidamente o rendimento de Jefferson, tornando-o mais num risco do que numa arma. Acredito que tenha mercado para que o clube faça uma venda interessante.


Jonathan Silva: *          2014/15: *

Foi alternando no onze com Jefferson até novembro, mas nunca conseguiu afirmar-se. A saída por empréstimo acabou por não surpreender. Duvido que tenha lugar no plantel na próxima época.


Marvin Zeegelaar: *

Sendo um extremo de origem, havia a expetativa de que tivesse, como lateral, capacidade de criar desequilíbrios pela faixa esquerda, arrancando de trás. No entanto, as suas exibições mostraram precisamente o contrário do que se esperava. Pareceu demasiado receoso em subir no seu flanco, e relativamente certo a defender. Jorge Jesus certamente esperava mais do ponto de vista ofensivo, tanto que acabou por entregar o lugar a Bruno César em jogos em que o adversário não exigisse grandes preocupações defensivas. Talvez uma pré-época completa ajude Marvin a soltar-se. No entanto, se não conseguir subir de nível, provavelmente acabará emprestado ou vendido.


Paulo Oliveira: **          2014/15: ***

Início de temporada dentro da linha que se esperava, revelando um bom entendimento com Naldo e Ewerton. Uma lesão acabou por fazer com que perdesse a titularidade para Coates e Semedo, acabando por ficar sem jogar praticamente durante toda a época. Voltou a ter bastantes minutos na última jornada, e esteve em bom plano. Em relação ao futuro, o facto de não ser um jogador rápido e ter dificuldades em sair a jogar, fazem dele o potencial 3º central para a próxima época. Se assim for, o Sporting ficará muito bem servido.


Naldo: **

Impôs-se com facilidade no onze (a lesão de Ewerton ajudou) e fez uma dupla sólida com Paulo Oliveira até ao regresso de Ewerton. A partir desse momento, foi desaparecendo gradualmente. Pouco jogou na segunda volta. Tendo sido um jogador relativamente caro, e considerando que não deverá ser mais que uma 3ª / 4ª opção, é provável que o clube pense em recuperar o investimento já neste defeso.


Tobias Figueiredo: *          2014/15: **

Começando como quarto central, não teve muitos minutos para mostrar o que vale. Quando teve oportunidades, as exibições não foram convincentes - mas há que reconhecer que a utilização pouco regular e o facto de ter tido sempre parceiros diferentes no centro da defesa não o ajudaram. Precisa de jogar com frequência para atingir o próximo nível, pelo que só ganhará em ser emprestado a outro clube na próxima época.


Ewerton: *          2014/15: ***

Ninguém coloca em causa a classe de Ewerton. De todos os centrais do Sporting, seria, na minha opinião, o parceiro ideal de Coates no onze. No entanto, as lesões tornam o brasileiro um jogador pouco fiável, pelo que é complicado que continue no plantel na próxima época.


Sebastián Coates: ***

Chegou, viu e venceu. Foi uma grande contratação de inverno, impondo-se de imediato como o patrão na defesa. Fisicamente dominante, fortíssimo no jogo aéreo, velocidade q.b., excelente leitura de jogo e muito competente com a bola nos pés. Para o ano, será Coates e mais dez.


Rúben Semedo: ***

Jesus surpreendeu tudo e todos ao entregar a titularidade a Rúben Semedo, poucos dias depois de ter regressado do V. Setúbal. A verdade é que, agora que passaram quatro meses, todos conseguimos perceber o que Jesus viu no jogador. A sua velocidade, capacidade de antecipação e competência para sair a jogar permitiram a Jesus avançar a linha defensiva uns bons metros, que ajudam a sufocar os adversários no seu meio-campo. Havia receios em relação à sua imaturidade - que, na realidade, acabaram por lhe valer uma expulsão desnecessária frente ao Leverkusen, e cometeu um ou outro erro que um jogador mais experiente dificilmente cometeria -, mas o balanço global é tremendamente positivo. Quem diria que se iria impor tão cedo a este nível?