quarta-feira, 4 de maio de 2016

Mais vale prevenir...

Em teoria, nunca nenhum árbitro, internacional ou não internacional, quer errar. No entanto, sabe-se bem que no futebol português há vários que, preferindo não errar, não deixam de errar se for preciso. E isso pode ser um problema particularmente incómodo para os árbitros internacionais: errando, têm mais a perder do que um árbitro não internacional, pois uma má classificação pode implicar a perda das insígnias da FIFA. Por isso, os árbitros internacionais querem, mais do que ninguém, evitar cometer erros grosseiros (más decisões com possível influência no resultado, como a anulação indevida de um golo regular ou a não marcação de uma grande penalidade existente, etc.). 

Uma boa forma que têm de evitar erros grosseiros é evitarem colocar-se numa posição em que possam ter de cometer erros grosseiros. Matando, logo à nascença, lances que cheirem a ocasião de golo junto da baliza defendida por aqueles para quem têm mais "simpatia". Transformando disputas de bola em zonas de perigo numa falta ofensiva, ao mínimo contacto, ou, noutras ocasiões, sendo um árbitro mais à inglesa e deixando jogar, conforme a conveniência.

Isso foi evidente no Benfica - Braga da última segunda-feira para a Taça da Liga. Já depois de Jimenez ter feito o 2-1 (em fora-de-jogo, mas aceita-se que tenha sido dado o benefício da dúvida ao atacante, já que o adiantamento do mexicano era mínimo), durante o último quarto-de-hora da partida, houve pelo menos três decisões absurdas da equipa de arbitragem em lances de ataque do Braga:


Para a história ficam 3 faltinhas que não tiveram qualquer influência no resultado. Mas no primeiro caso evitou-se uma situação de bola parada, no segundo cortou-se um lance em que havia uma bola perdida na pequena área, e no último anulou-se um livre muito perigoso quando a bola ainda se dirigia para a baliza e que, por muito pouco, não deu em golo. Erros destes acontecem sempre, bem entendido, mas tamanha concentração de erros num espaço de tempo tão curto não me parece inocente.

O árbitro desta partida foi o internacional Tiago Martins, o mesmo que já tinha assinalado uma falta ofensiva que só ele viu, e que evitou que o Nacional ficassem em vantagem no marcador contra o Benfica.


Esta técnica não é, no entanto,  um exclusivo de Tiago Martins (que, por acaso, foi nomeado para o Sporting- V. Setúbal do próximo sábado). Recordo-me também, há não muito tempo, no Benfica - Tondela, a forma como Luís Ferreira parou, incompreensivelmente, dois lances de potencial perigo na área do Benfica em apenas cinco minutos.


Casos que, isoladamente, não têm qualquer importância, mas que em conjunto ajudam a inclinar campos e a formar tendências. O melhor mesmo é fugir a todo e qualquer contacto, e mesmo assim, nunca se sabe aquilo que poderá ser vislumbrado por certas equipas de arbitragem. Como diz o provérbio, mais vale prevenir do que remediar.