sábado, 25 de junho de 2016

Uma questão de fé e de tomates

Fernando Santos tem recorrido frequentemente à palavra , quando questionado sobre aquilo que poderemos esperar da seleção no Euro 2016. Ontem, na conferência de imprensa, explicou o motivo da sua fé, atribuindo-a à crença que tem nos seus jogadores.

Percebo a ideia e partilho-a parcialmente. Depois de ver o que Nani, Cristiano, Quaresma e João Mário fizeram contra a Hungria, também tenho fé que os jogadores tenham passado a ter mais fé nas suas capacidades e nas dos colegas. Afinal, não é todos os dias que se recupera três vezes de uma desvantagem. E tenho fé que procurarão jogar de forma a que o todo seja superior à soma das partes, coisa que, até agora, raramente aconteceu. Se conseguirmos mais momentos como o do segundo golo contra a Hungria, estaremos mais perto do sucesso.



Mas também gostava de poder dizer que tenho fé no selecionador, em como tomará hoje as decisões certas para defrontarmos com êxito o adversário mais difícil que nos calhará em todos os jogos que disputaremos (com exceção da final, se lá chegarmos). Infelizmente, aqui a fé já não é tanta.

Ao fim de 3 jogos de preparação e 3 jogos a doer, não se notam melhorias no jogo português. Não inspira nenhuma confiança o facto de termos sido tão macios defensivamente contra a Hungria. É verdade que os húngaros foram tremendamente eficazes e tiveram sorte na forma como marcaram os três golos, mas fomos nós que nos colocámos a jeito para os sofrer, tal como já tinha acontecido no golo que a Islândia nos marcou. Logo, contra a Croácia, terá que haver muito mais concentração nos momentos defensivos, caso contrário Modric, Rakitic, Perisic e companhia não terão contemplações.

Chegamos, portanto, à questão dos tomates.


Fernando Santos não pode ter receio em mudar o que tem de ser mudado. Na realidade, não tem muito a perder: o pior que pode acontecer é não melhorar (sinceramente, pior exibição do que a da primeira parte contra a Hungria, com os jogadores que temos, é impossível), o melhor que pode acontecer é encontrar novas soluções, qualificar-se, e ganhar uma equipa que possa tirar o máximo partido das qualidades dos nossos jogadores.