sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Comparação dos plantéis de Sporting, Benfica e Porto entre 2015/16 e 2016/17

Este exercício é, obviamente, provisório - os plantéis ainda estão em definição, em particular os de Sporting e Porto -, e baseia-se, como também é óbvio, na minha opinião pessoal - que, face à fase da época em que estamos, se forma a partir de um misto do que conheço dos jogadores no passado e do que fui vendo durante a pré-época. Mas mesmo correndo o risco de isto ficar rapidamente desatualizado, creio que é um bom ponto de partida para discussão daquilo que se pode esperar esta época dos três candidatos ao título, quando estamos a poucas horas do início da Liga. Os negócios que foram fechados até ao momento tornaram-nos mais fortes ou mais fracos?

A comparação que se segue engloba os onzes mais prováveis, alternativas de banco disponíveis e treinador de cada equipa (não levando em consideração as saídas que se dizem iminentes (de jogadores como João Mário ou Brahimi), colocando uma cor diferente que caracterize se a evolução foi positiva, negativa ou neutra. A vermelho estão as posições em que (na minha opinião) o clube piorou, a amarelo as posições em que não houve grande variação, e a verde os casos em que se registou uma melhoria.



Sporting


O onze ideal de Jorge Jesus pouco difere daquele que terminou a época passada. A maior diferença, até ver, está no segundo avançado. Teo foi emprestado e, na linha da frente para o substituir, aparece Alan Ruiz. O reforço argentino demonstrou bons pormenores ao longo da pré-temporada e promete, mas terá o faro de golo que o Teo-empenhado tinha? Até aparecer (se aparecer) um novo avançado, o sucesso do Sporting passará muito pela capacidade de Alan Ruiz ser o apoio de que Slimani precisa e do seu índice de aproveitamento das oportunidades de golo que lhe surgirem. Também nas alternativas de ataque o Sporting está pior: de Montero / Barcos e Tanaka, passou-se para... Spalvis, que tem uma lesão que o deixará de fora durante seis meses.

De resto, o reforço da equipa trouxe um guarda-redes perfeito para o papel de suplente, um médio (Petrovic) que ainda não demonstrou ser um upgrade em relação ao que havia na época passada em termos de alternativas, e mais opções nas alas e de apoio ao avançado com Iuri, Podence e Meli (dúvidas se Jesus está a pensar em usá-lo mais na direita ou no centro).

É bem provável que até ao final do mês a imagem acima sofra algumas alterações. Resta saber se serão para melhor ou para pior.



Benfica



Para além de ter fechado o núcleo do plantel bastante cedo, o Benfica mexeu-se muito bem (pelo menos em teoria) no mercado e conseguiu minimizar o impacto de uma saída de peso e reforçar bastante as opções de banco em determinadas posições.

Provavelmente só terão ficado a perder na saída de Gaitán. Cervi promete muito, mas é natural que, na sua primeira época fora da Argentina, não consiga ser tão influente como o compatriota que vem substituir. Juntando Carrillo e Zivkovic a Sálvio, o Benfica passa a ter várias alternativas de luxo para as alas. A saída de Renato Sanches representa uma perda de poder de explosão, mas por outro lado vem um jogador que, apesar de jovem, tem mais experiência e é também bastante prometedor: Danilo. André Horta e Celi reforçam as opções num setor onde já existia Samaris.

Apesar de já transitar da época passada, Grimaldo parece só agora contar para Rui Vitória e tem-se saído bem até ao momento.



Porto


Tal como no Sporting, olhando para o plantel do Porto fica-se com a sensação que estamos perante uma trabalho em progresso. Para já, Otávio e André Silva têm sido os destaques pela positiva. Se no caso do brasileiro fico com ideia que será uma mais-valia em relação ao que havia no ano passado, no que toca a André Silva é preciso esperar para ver quando começar a defrontar as defesas fechadas do nosso campeonato. Aboubakar, mesmo tendo tido uma época pouco positiva, ainda marcou 13 golos. André Silva promete pelos 8 golos que marcou na pré-época, mas é preciso esperar para ver se a evolução corresponderá às expetativas, considerando a pressão que recairá sobre si e a importância da posição que ocupa em campo.

A entrada de Alex Telles deixa o Porto com três laterais fortíssimos, um dos quais pode fazer ambas as posições. Felipe deverá ser titular, mas está para se ver se será melhor do que Maicon. A contratação de Depoitre representará um upgrade em relação a Suk, mas será o jogador de que o Porto precisa para segunda opção na frente caso Aboubakar saia?

Finalmente, o treinador. O Porto foi o único dos três grandes a mexer no técnico. Comparando com Peseiro parece-me uma melhoria. Comparando com Lopetegui, não estou tão certo. O treinador basco não era popular entre a massa adepta portista, mas não sei até que ponto Nuno Espírito Santo será o homem de que o Porto precisa no banco. Daqui a um mês teremos uma melhor ideia, depois dos testes de fogo que a equipa terá no apuramento para a Champions contra a Roma e da visita a Alvalade.