quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O regresso de Elias

Em primeiro lugar, dirijo-me aos leitores que ontem foram para a cama antes das 23h30 e acordaram há pouco:

Sim, é mesmo verdade, Elias (sim, esse Elias) vai voltar ao Sporting.

Fiquei chocado, como qualquer sportinguista que na altura tomou contacto com a novidade. Após a novela da saída de Elias, ainda hoje na memória de todos pelas discussões na praça pública entre Bruno de Carvalho e o pai do jogador e pelo afastamento do brasileiro para a equipa B, nunca pensei possível que alguma vez regressasse ao Sporting.

No entanto, vou ser sincero: se ambas as partes enterraram o machado da guerra e souberem ultrapassar as divergências passadas, penso que a contratação de Elias pode ser uma excelente manobra de mercado. Falamos de um jogador que tem muita qualidade. Demonstrou-a a espaços na primeira época em Alvalade e nas épocas em que esteve no Corinthians - ao contrário de André, os adeptos do clube brasileiro reagiram em fúria ao anúncio da sua partida para Lisboa -, e se vier de cabeça limpa, pode efetivamente ser uma mais-valia desportiva, pois tem características que encaixam bem no sistema de Jesus e que podem ser bem aproveitadas pelo treinador.

Sim, é verdade que a segunda época de Elias foi miserável, mas a conjuntura na altura era a pior possível: plantel sem qualidade, existência de salários em atraso, e um clube à deriva e sem liderança. Elias encontrará agora um Sporting muito diferente, que terá muito mais condições para tirar proveito das suas qualidades. Esperemos que o Sporting também encontre um Elias mais maduro, disposto a aplicar-se a 100% para se afirmar no clube.

Precisávamos de um 8 que fosse uma alternativa real a Adrien Silva. Se o capitão ficar, ficaremos com a posição muito bem preenchida. Se houver uma proposta irrecusável por Adrien, então, pelo menos, já não seremos apanhados de calças na mão

Em teoria, é uma boa jogada de mercado do Sporting. Ainda estão por conhecer os valores envolvidos, mas é preciso lembrar que o Sporting tinha ainda 50% dos direitos económicos (partilhados com a QFIL). O último dia de agosto promete ser diabólico.