quarta-feira, 2 de novembro de 2016

As eleições já se vislumbram no horizonte


Vou direto ao assunto. Na minha opinião, este post de Bruno de Carvalho é pouco oportuno. Por dois motivos distintos. 

Em primeiro lugar, porque é pouco concreto. Não é mais do que um recado mandado a um conjunto de pessoas que ficaram por identificar, como resposta a determinadas movimentações que também não são explicadas. Considero-me uma pessoa relativamente atenta à atualidade do clube - apesar de não ter grande paciência para politiquices e às movimentações de associados que sempre existem nestas alturas -, mas não faço ideia qual é o alvo da mensagem de Bruno de Carvalho. Presumo que a generalidade dos sportinguistas também terá ficado tão pouco esclarecida quanto eu. 

Em segundo lugar, porque, havendo várias questões a inquietar os sportinguistas neste momento, as eleições não estarão, seguramente, no topo das preocupações da esmagadora maioria dos sócios e adeptos. 

Note-se, no entanto, que não concordo com quem diz que este tipo de posts tiram o foco dos desafios imediatos, como o jogo de logo em Dortmund. Acho absurdo que se pense que a equipa técnica e os jogadores são, de alguma forma, afetados por um texto de natureza política. E mal seria se o presidente do Sporting - e aqueles que trabalham consigo - não conseguissem jogar em vários tabuleiros ao mesmo tempo. Simplesmente, na minha forma de ver as coisas, o presidente do Sporting apenas se deve dirigir aos sócios e adeptos quando tem algo de relevante e concreto para dizer. Caso contrário, é só ruído.

É verdade que já só faltam cinco meses para as eleições, e é normal que Bruno de Carvalho já se esteja a preparar para esse desafio - mesmo que venha a ser candidato único, não me passa pela cabeça que o presidente não apresente um programa eleitoral que sirva de orientação para os quatro anos de mandato a que se propõe -, mas todo este processo é uma frente de batalha que, para já, pode e deve ser conduzida longe dos holofotes mediáticos. Nem faz grande sentido que comece a falar publicamente de eleições sem que, primeiro, anuncie oficialmente a sua candidatura.

Mas tudo aquilo que escrevi, em relação às declarações públicas do presidente, também se aplica à oposição de Bruno de Carvalho. Estou saturado daqueles (supostos) sportinguistas que ganham vida com os insucessos do clube para lançar todo o tipo de críticas - umas razoáveis, outras absurdas - à direção ou às opções tomadas. Se acham que podem fazer melhor, está na altura de se organizarem e apresentarem uma lista alternativa e, para variar, apresentarem ideias próprias em vez de se limitarem a disparar críticas à primeira oportunidade.

No entanto, desejo, sinceramente, que Bruno de Carvalho não corra sozinho às eleições de 2017. O aparecimento de uma(s) lista(s) alternativa(s) poderá ser muito benéfica para o clube: não só pela importância da diversidade de ideias para o futuro de clube, mas também pela inevitável legitimização de quem ganha, e pela quantificação do peso que os derrotados efetivamente têm.