terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mais claro do que isto é impossível - parte 2

No essencial, não vejo grandes diferenças entre o jogo que o Sporting fez em Guimarães e o jogo que o Benfica fez em Istambul. O Besiktas é uma equipa mais forte, como é evidente, mas nem num caso nem noutro se pode, de forma alguma, desperdiçar uma vantagem de 3-0. Consequências: o Sporting perdeu 2 pontos num campeonato que ainda tinha, na altura, 27 jornadas por disputar; o Benfica perdeu 2 pontos que teriam garantido o apuramento para a fase seguinte, tendo agora que se sujeitar a uma autêntica final frente ao Nápoles, que ditará o seu destino na competição. 

Seria de esperar, portanto, que as reações aos dois jogos, na perspetiva das equipas que perderam a vantagem, fossem semelhantes. Certo? Errado. Apesar de estarem apenas separados no tempo por cinco semanas, há quem consiga fazer análises e conclusões bem diferentes.

Como não posso conceber que essas diferenças de opinião se explicam por determinadas preferências clubísticas do escriba - que tem o dever da imparcialidade -, só posso assumir que teve a ver com o dia da semana em que os desaires sucederam: deve ser mais grave estourar uma vantagem de 3 golos num sábado do que numa quarta-feira.

Aos sábados: "As duas caras do leão - o filme de Guimarães é um pesadelo que o Sporting terá muita dificuldade em gerir"


Às quartas: "Há empates que vêm por bem - a primeira parte foi tão impressionante que deveria ser mostrada nas escolas de futebol"


"Às vezes é bom voltar a sentir o chão"... isto devia passar a fazer parte da letra do "Always look on the bright side of life".