segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Impunidade vermelha


É difícil perceber que motivos encontrou Rui Vitória para se insurgir contra a arbitragem de Tiago Martins, durante e no final do Moreirense - Benfica.

Sim, é verdade que o Moreirense fez algum antijogo a partir do momento em que se viu em vantagem no marcador - mas nada que não se veja todas as semanas num qualquer relvado em Portugal. E também é verdade que, no momento da marcação do livre que está na origem segundo golo do Moreirense, Eliseu é agarrado por um jogador do Moreirense (que daria falta ofensiva), mas, precisamente no mesmo momento, também existiu um bloqueio de Jonas a um adversário (que daria penálti a favor do Moreirense). Qual das infrações tem precedência?


Não vi o jogo, mas vi, no Twitter e noutros blogues, vídeos de dois lances em que o árbitro, incompreensivelmente, não expulsou dois jogadores do Benfica. Mas não foi apenas isso: vi referências a um pontapé de Jonas num adversário que o árbitro, condescendente, achou que poderia ser punido apenas com um amarelo; e também vi uma referência a um momento mais rigoroso de Tiago Martins, quando decidiu mostrar um amarelo a um jogador do Moreirense num lance em que houve agarrão mútuo.

Fui procurar esses lances, e acabei por ver cerca de 25 minutos da partida. Entre os 18 e os 22 minutos; alguns lances do início da segunda parte; e os últimos 20 minutos do jogo (nos quais se incluem os 7 minutos de descontos que o árbitro concedeu).

O que posso dizer sobre o que vi é o seguinte: a missão do Moreirense era difícil à partida pelo nível do adversário, mas tenho que lhes dar ainda mais crédito pela vitória que alcançaram, pois Tiago Martins inclinou claramente o campo a favor do Benfica. É impressionante a quantidade de faltas cometidas sobre jogadores do Moreirense que o árbitro deixou passar, faltas não existentes assinaladas a jogadores do Moreirense, para não falar da dualidade de critérios na ação disciplinar. Em caso de dúvida, Tiago Martins apitou sempre a favor dos mesmos. Fica aqui uma compilação do que apanhei nesses 25 minutos. Nem quero imaginar como terão sido os restantes 72 minutos...



Como se pode ver, foi um jogo onde fica evidente a impunidade que existe atualmente para os jogadores benfiquistas. Já todos perceberam que este jogo não foi uma exceção. Apenas 10 dias antes, pore exemplo, Jonas conseguiu não ser expulso depois de ter feito isto a um adversário:



Rui Vitória queixa-se de quê, mesmo?

Não admira, portanto, que a única expulsão para jogadores do Benfica que aconteceu este ano em competições nacionais tenha sido... a pedido: Pizzi viu um segundo amarelo, nos descontos, com o jogo resolvido, para poder limpar o castigo num jogo da Taça da Liga e poder jogar na jornada seguinte em Guimarães. Mas o mais engraçado nessa expulsão é que se pode ver que os árbitros evitam ao máximo punir disciplinarmente os jogadores do Benfica MESMO QUANDO as faltas são cometidas propositadamente para ver amarelo. É que momentos antes de ter visto o segundo amarelo ao atrasar a marcação de um livre, Pizzi já tinha tentado ser expulso:



Pizzi acertou em cheio num adversário muito depois da bola já lá não estar. Uma falta para vermelho direto, que o árbitro fingiu não ver. 

Em parte até se compreende: ninguém quer ser o próximo Marco Ferreira.