quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Balanço do fecho da janela de transferências


A janela de transferências fechou ontem e, como é habitual, existiram bastantes movimentações de entradas e saídas. Infelizmente, no caso do Sporting, não foram movimentações suficientes.

Começo por analisar as várias transferências anunciadas pelo Sporting:

Daniel Podence e Francisco Geraldes - a par do regresso de João Palhinha e da repescagem de Matheus Pereira, foram as boas notícias desta janela de inverno, no que ao reforço do plantel diz respeito. São quatro jogadores com uma enorme margem de progressão, e que têm condições para serem utilizados com alguma regularidade - assim Jorge Jesus o queira. Não vão ser os salvadores da pátria, não é justo colocar-lhes a responsabilidade de transformar o futebol do Sporting de um dia para o outro, mas são jogadores que, podendo já ajudar o clube, estão em processo de desenvolvimento para poderem vir a ser elementos diferenciadores na próxima temporada.

Petrovic - foi emprestado ao Rio Ave até ao final da época. É uma solução que fica longe do que seria ideal, porque o Sporting continuará, decerto, a suportar por inteiro - ou quase por inteiro - o (elevado) salário do sérvio.

André Geraldes e Ryan Gauld - foram inscritos pelo Sporting e podem jogar caso Jorge Jesus o entenda. O Sporting não conseguiu colocar os jogadores no Chaves, como inicialmente estava planeado, porque o V. Setúbal não cedeu às pretensões do Sporting. Justiça seja feita, os setubalenses poderiam ter impedido que os jogadores fossem inscritos mesmo pelo Sporting. Compreendo que, perante atitudes incorretas de dirigentes do V. Setúbal, o Sporting sentisse necessidade de fazer algum tipo de retaliação. Infelizmente, o processo foi mal conduzido: a decisão tomada foi precipitada e os principais prejudicados serão os jogadores, que transitam de uma situação em que jogavam com regularidade para outra em que raramente serão utilizados.

Ary Papel - veio de Angola no final de 2016, já foi utilizado em três jogos no Sporting B e deu boas indicações. Curiosamente, do duo angolano que o Sporting contratou, é Gelson Dala o jogador a quem se perspetiva maior futuro, pelo que esta opção não era (pelo menos para mim) a mais evidente. Será um grande desafio para o jogador, estou muito curioso para ver como irá evoluir.

Wallyson Mallmann - transferido para o Moreirense a título definitivo, com o Sporting a ficar com 70% dos direitos económicos e opção de recompra. Foi a solução possível para contornar o regulamento da Liga que limita a três o número de jogadores emprestados (o regulamento é omisso sobre se o limite se aplica ao número de jogadores emprestados em simultâneo ou ao número total de jogadores emprestados ao longo da época). É um jogador a quem o último ano e meio não correu nada bem, pelo que esta transferência poderá ser uma boa oportunidade para se afirmar em definitivo.


O mercado permanecerá aberto durante mais alguns dias em países como a Rússia e a Ucrânia, e o mercado brasileiro continuará em atividade até ao início de abril, pelo que ainda é possível que o Sporting consiga vender alguns jogadores. Pelo que se fala, André está muito próximo do Sport Recife. E, quem sabe, talvez se consiga fazer alguma coisa com Bruno Paulista. O que é certo é que, neste momento, o plantel e demasiado grande para os 15 jogos oficiais que faltam. Jorge Jesus disse, na entrevista dada na semana passada à Sporting TV, que o tamanho ideal do plantel seriam 23 jogadores de campo (entre os quais 3 guarda-redes). 

Como tal, a conclusão que se pode retirar desta janela de transferências é que, apesar de alguns dossiers satisfatoriamente resolvidos, ficou-se bastante aquém das necessidades. Não pelo lado das contratações, pois não fazia sentido contratar um defesa esquerdo sem vender Zeegelaar ou Jefferson, mas pelo lado das saídas, insuficientes em número - uma consequência da péssima abordagem ao mercado no defeso.