quinta-feira, 2 de março de 2017

As contas do Sporting (1º semestre)

Os resultados do primeiro semestre seguiram na linha do que se esperava após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre. Obviamente que os excelentes resultados se devem, em primeiro lugar, às mais-valias conseguidas com as vendas de João Mário, Slimani e Naldo, mas não é justo ignorar o aumento de faturação em todas as principais fontes de receitas não extraordinária. De realçar o crescimento de 33% das receitas com bilheteira face ao 1º semestre de 2015/16.


O Sporting já era o clube português que mais faturava com lugares de época, mas nesta época o salto foi significativo, na ordem dos 23,5%, graças ao aumento do preço médio das Gameboxes - que esta época incluíram 3 jogos da Liga dos Campeões -, mas também ao aumento do número de Gameboxes vendidas.

Em contrapartida, é claramente insuficiente a faturação em camarotes e business seats. Numa época em que as expetativas eram elevadíssimas à partida, não é compreensível que tenham ficado tantos camarotes por vender. A área corporate da SAD tem de ser reforçada urgentemente, já que o desempenho está bastante abaixo do desejável.


Na relação entre os proveitos e custos operacionais, o elevado aumento dos custos com a equipa de futebol foi acompanhado pelo crescimento das receitas. No entanto, convém relembrar que, no 2º semestre, há sempre um abrandamento das receitas face aos custos - daí ter sido necessário o emagrecimento do plantel. De qualquer forma, é previsível que o prejuízo operacional de 1,3 milhões aumente significativamente até ao final da época. Nada que coloque em risco o fecho do ano com o recorde de lucro da SAD, mas é sinal de que terá que haver um reajuste na próxima temporada, pois não teremos garantidas as receitas da Champions.


Juntando os proveitos operacionais excluindo jogadores às mais-valias das transferências, o Sporting faturou, no 1º semestre, um valor superior a 123 milhões de euros. E sem mendilhões, convém lembrar.

Em relação aos custos, para além do grande aumento de salários já mencionado, houve uma subida muito ligeira dos FSE's. 


Para terminar, de registar a descida do endividamento para 126 milhões de euros. Sinais muito positivos, que terão sequência ainda mais significativa no 1º trimestre de 2017/18, altura em que reembolsaremos os 30% das mais-valias das vendas de João Mário, Slimani e Naldo, tal como está estipulado no acordo quadro com a banca.


Há também uma referência à conta de reserva para a recompra de VMOC's: segundo o R&C, a 31 de dezembro, esta conta tinha um saldo de 3,1 milhões de euros. Este valor será significativamente aumentado em julho de 2017, com outros 20% das mais-valias das vendas dos jogadores atrás referidos, tal como está definido no mesmo acordo quadro com a banca.