sábado, 25 de março de 2017

Ponto de situação do vídeo-árbitro e outras novidades

David Elleray, diretor-técnico do International Board, foi um dos participantes na conferência Football Talks, organizada pela FPF, e prestou esclarecimentos sobre o ponto de situação da implementação do vídeo-árbitro, e sobre outras questões relacionadas com a arbitragem e com as regras de jogo. Aqui fica um apanhado dos pontos que me parecem mais relevantes.
  • As decisões por penáltis vão mudar. Segundo o International Board, a equipa que marca primeiro os penáltis ganha em 70% das ocasiões, o que levou à conclusão de que o sistema não é justo. Como tal, os penáltis passarão a ser marcados numa sequência alternada: ABBAABBAAB, à semelhança do que acontece nos tie-breaks do ténis.
  • O vídeo-árbitro (VAR) será um antigo árbitro e terá acesso a todas as imagens disponíveis, e não apenas às da transmissão para o público. Segundo David Elleray, no râguebi houve queixas de que os árbitros não tinham acesso a todas as imagens quando elas prejudicavam a equipa da casa. À atenção da BTV, portanto.
  • Neste momento, o International Board prevê o recurso ao VAR em quatro situações de jogo: golos, penáltis, cartões vermelhos diretos e casos de identidade trocada em cartões. Este critério foi decidido considerando o equilíbrio ideal entre a redução de erros grosseiros e a fluidez do jogo.
  • Situações de dúvidas em fora-de-jogo só serão avaliadas pelo VAR caso ocorram imediatamente antes do golo. Casos em que um jogador se isola a 30 ou 40 metros da baliza não serão avaliados. Considerando que ainda se está numa fase de estudo, parece-me que aqui há margem para haver uma mudança de ideias caso uma jogada deste tipo termine em golo.
  • O recurso ao VAR só pode partir por iniciativa de duas pessoas: o árbitro de campo e o árbitro responsável pelo VAR.
  • Independentemente de pretender recorrer ao VAR num determinado lance, o árbitro tem de tomar uma decisão no momento. O VAR apenas poderá inverter a decisão se as imagens demonstrarem um erro claro.
  • A FIFA pretende ter o VAR a funcionar já no mundial de 2018.
  • Existe a consciência nos responsáveis do International Board de que o VAR não vai acabar totalmente com o erro, mas que será um passo positivo para reduzir significativamente a quantidade de erros com influência direta no resultado de um jogo.
  • O International Board não vê condições, de momento, para que os ecrãs gigantes dos estádios transmitam o jogo em direto, pela pressão adicional que isso colocaria nos árbitros.