terça-feira, 7 de março de 2017

Rescaldo das eleições, série #Bardamerda. Nº 1: José Nunes

A campanha eleitoral para a presidência do Sporting esteve longe de ter o nível que os sócios desejariam, nomeadamente no que diz respeito à prevalência do confronto de ideias sobre questões paralelas que em nada contribuem para o desenvolvimento do clube. Isso, obviamente, condicionou a discussão que existiu à volta de toda a campanha, nomeadamente nas conversas entre sportinguistas, no bate-boca com adeptos rivais, e nos comentários produzidos pelos opinadores espalhados pela Comunicação Social.

Mas se é compreensível que os adeptos dêem as suas sentenças de forma relativamente impulsiva e superficial, o mesmo não seria de esperar de gente que faz disso a sua vida e que - supostamente - é paga para dar opiniões informadas que esclareçam o grande público. Obviamente que não me estou a referir aos Guerras, aos Gomes da Silva, aos Goberns e aos Venturas da vida, que são assumidamente benfiquistas, pagos para "defender" o seu clube. Todos têm a obrigação de saber ao que vêm. Refiro-me, isso sim, aos vários comentadores/jornalistas que, sem retirarem a capa da suposta isenção dos cargos que ocupam, procuraram, mais ou menos descaradamente, influenciar o público em favor de uma das candidaturas.

Obviamente que não fiquei espantado pela falta de tolerância de determinados comentadores/jornalistas para os argumentos e ações de campanha de Bruno de Carvalho - na prática continuaram a fazer o que já fizeram durante todo o mandato do presidente. Por isso, subscrevo inteiramente aquilo que Bruno de Carvalho quis dizer com o #Bardamerda - que foi dirigido precisamente a esta gente, e não aos adeptos rivais em geral.

Tenho vários exemplos de como os jornalistas/comentadores "isentos" trabalharam os assuntos de campanha, qualquer um deles bem merecedores do #Bardamerda com que foram brindados.

Vou começar com a forma como foi tratada a questão de Jorge Jesus ter feito parte da Comissão de Honra de Bruno de Carvalho. 

A minha opinião pessoal é de que era dispensável - por se tratar de um funcionário do Sporting (SAD ou clube não vem aqui para o caso) -, mas concedo que existem argumentos válidos em defesa dessa atitude. Como tal, não achei o caso particularmente grave. E muito menos uma gravidade tal que justificasse a decisão de Madeira Rodrigues em passar a guia de marcha a Jorge Jesus.

No passado sábado, na RTP3 Rui Oliveira e Costa defendia o direito de Jorge Jesus apoiar publicamente Bruno de Carvalho. Veja-se como José Nunes, jornalista da casa, interveio.


Rui Oliveira e Costa esteve muito bem ao trazer o exemplo de Rui Vitória. O facto de Vieira não ter tido oposição não tem qualquer relevância para o caso. Estamos a falar de uma questão de princípio, o que significa que ou se defende que um funcionário NUNCA deve apoiar um candidato, ou se defende que um funcionário pode apoiar um candidato. Não pode haver meios termos nesta questão.

Mas é curioso como o apoio de Rui Vitória, Rui Costa, Shéu ou Nuno Gomes a Vieira - alguns deles no passado, em que houve oposição - nunca foi um tema polémico para a comunicação social. Elucidativo, tal como foram elucidativas as curvas e contracurvas de José Nunes neste tema quando confrontado por Rui Oliveira e Costa.

José Nunes que, sobre uma outra questão relacionada com as eleições do Sporting, já tinha tido um momento menos feliz. Na segunda-feira anterior às eleições, disse isto na Linha Avançada, na Antena 3:


José Nunes falou na gravação da conversa entre Ricciardi e Sikander Sattar, gravada em 2013, mas transformando-a numa conversa entre Ricciardi e Bruno de Carvalho. Uma falta de rigor lamentável que, só por acaso, não era nada favorável para Bruno de Carvalho. São azares da vida.