sexta-feira, 16 de junho de 2017

O 'best of' dos comentários à polémica dos emails (#5 - #1)

#5 - "Uma mão cheia de nada"

É sempre ingrato alguém ser convidado a comentar assuntos sobre os quais não tem a informação necessária. No entanto, aquilo que se diz em circunstâncias dessas acaba por ser revelador da pessoa em questão: é cauteloso nas observações que faz, ou toma imediatamente partido por um dos lados da barricada?

Na passada terça-feira, a TVI24 emitia o MaisTabaco ao mesmo tempo que Francisco J. Marques revelava os emails, e a certa altura foi pedido aos comentadores que falassem sobre o tema, ou seja, sobre algo que estava a acontecer, naquele preciso momento, noutro canal.

Eis a primeira reação de Rui Pedro Braz:


"Uma mão cheia de nada", "conteúdo absolutamente nenhum além de algumas insinuações". Faz lembrar a primeira reação de Braz ao caso dos vouchers: pegou na informação que alguém lhe deu e pôs a circular que só 7 pessoas tinham usufruído das refeições oferecidas pelo Benfica. Mais tarde, como todos sabem, essa informação veio a revelar-se falsa, mas pelo menos serviu de argumento  de defesa benfiquista durante bastante tempo.

É caso para dizer que, pondo tanta fé nas suas fontes, Braz acaba por se pôr a jeito...


#4 - Luís Aguilar e a defesa a Manuel Mota

A certa altura do programa de quarta-feira, Manuel Queiroz referia que Manuel Mota não tem condições para arbitrar jogos da I Liga na próxima época. Rapidamente, apareceu Luís Aguilar em defesa do árbitro, alegando que ninguém viu nenhum pedido ser feito diretamente pelo próprio.


"Mas pode ser amigo. Mas pessoas não podem ser amigas?". Patético.

José de Pina apontou, e bem, que as palavras usadas por Adão Mendes comprometem seriamente a credibilidade do árbitro - quer tivesse conhecimento ou não do pedido. A simples existência do recurso da nota dependia apenas de Manuel Mota. Portanto, se Adão Mendes decidiu intervir junto do Benfica, foi para procurar garantir maiores probabilidades de sucesso. É aí que está o mal: se há um árbitro que é protegido por um clube ou por pessoas ligadas a um clube, então é óbvio que não tem condições para fazer jogos que interessem, direta ou indiretamente, a esse mesmo clube.


#3 - Lições da vida do amigo António Rola

Trazer Rola a um debate como comentador isento é um número tão credível como tentar fazer crer que o Sol é que gira em torno da Terra. No entanto, confesso que, para mim, ouvir os comentários de Rola é um guilty pleasure: não consigo evitar sorrir ao olhar para o passarão, emproado como um pavão com cio, a falar do alto da autoprocalmada idoneidade, e a dizer os maiores disparates, possíveis e imaginários.

Um dos momentos mais sublimes foi a forma como tentou desvalorizar as palavras de Adão Mendes ("o nosso amigo Manuel Mota"), explicando que a palavra "amigo", no futebol, não quer dizer nada... 



#2 - Mais um pontinho, menos um pontinho...

Nas posições anteriores, já tivemos exemplos da estratégia de desculpabilização que assentam no "todos fazem o mesmo". Aqui temos um exemplo da estratégia de desculpabilização que assenta no "isto sempre se fez". Brilhante, Fernando Guerra, brilhante.


Claro que podemos ler isto de outra forma: se isto sempre se fez, então é porque que há mesmo MUITO mais matéria para investigar...


#1 - Em socorro de Paulo Gonçalves

Todos estarão de acordo que Paulo Gonçalves parece ser, neste momento, o elo mais fraco na estratégia de defesa do Benfica. É uma pessoa com peso relevante e conhecido na estrutura benfiquista, e que tem uma escola (e fama) que pode ser considerada, no mínimo, duvidosa.

Daí que seja difícil dizer o quer que seja para defender o assessor jurídico benfiquista sem se cair no ridículo. Apesar disso, houve quem tivesse tentado...

Primeiro, Braz:


Ridículo. Somos todos seres humanos, claro, e espero que o filho de Paulo Gonçalves recupere rapidamente - não sabia que estava mal de saúde, nem tenho que saber -, mas era só o que faltava que se colocassem os mails em banho-maria por causa de uma questão pessoal, por muito grave que seja. Até porque os mails não são um ataque pessoal a Paulo Gonçalves, como é claro para (quase) toda a gente.

Também se pode dizer que é lamentável que Braz tenha usado a situação do filho de Paulo Gonçalves para atacar o Porto. É uma questão íntima da família, e Braz meteu-a cá fora. Eu, pelo menos, fiquei a saber deste problema através de Braz.

Depois, Rola. O "especialista" de arbitragem da BTV fez questão de mencionar, quando fez a sua primeira intevenção no Prolongamento de quarta-feira, que estava presente na sua qualidade de árbitro jubilado, para comentar assuntos de arbitragem. No entanto, a certa altura, José Leirós fez referência à "escola" de Paulo Gonçalves (referência à sua passagem pelo Porto e Boavista na altura de maior poder de Pinto da Costa e Valentim Loureiro), e o árbitro jubilado foi barbaramente atropelado pelo comentador da BTV...