quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Evolução dos proveitos e custos operacionais

Na semana passada, no post em que fiz uma análise às contas dos três grandes, fiz algumas considerações sobre o trabalho que tem sido realizado no Sporting ao nível da captação de receitas (podem ler neste LINK). Vou agora complementá-las com os habituais quadros que mostram a sua evolução ao longo das últimas épocas.

Começando pelas receitas, houve um crescimento generalizado nas várias fontes de receitas. O aumento mais acentuado deu-se ao nível das proveitos provenientes da participação nas competições europeias. Apesar de todas as rúbricas terem apresentado valores superiores em relação a 2015/16, algumas das quais em percentagens bastante apreciáveis, confesso-me desiludido com o valor dos patrocínios: esperava um salto superior com o patrocínio da NOS a tempo inteiro (na época anterior apenas existiu no 2º semestre). Na realidade, o Sporting apenas faturou mais 1,5 milhões a mais do que em 2014/15, última época com a Meo e a primeira com a Macron, o que não é propriamente motivo para festejos. O contrato com a Macron foi entretanto renovado, com efeitos a partir da época em curso, pelo que estou curioso para ver qual será a evolução registada no primeiro trimestre de 2017/18. As restantes rubricas deverão manter o mesmo ritmo de crescimento moderado.


Ao nível dos custos operacionais, os fornecimentos e serviços externos parecem perfeitamente controlados. Em relação aos custos com pessoal, a situação, como se sabe, é diferente: os gastos com salários na equipa de futebol têm sofrido aumentos consideráveis nas últimas duas épocas. Em 2017/18, suspeito que haverá um novo aumento dos custos com pessoal, ainda que num ritmo bastante inferior ao que se verificou em 2015/16 e 2016/17.


Os resultados operacionais foram, de longe, os melhores de sempre na história do Sporting. No entanto, deve haver consciência que estamos a correr alguns riscos com o nível atual de custos com o plantel e equipa técnica - cujo crescimento não tem sido, nem de perto nem de longe, acompanhado pelas receitas ordinárias. Em 2017/18, teremos de fazer uma grande venda (ou duas boas vendas), não deveremos para evitar prejuízos. 

Convém que se comece a olhar um pouco mais à frente, pois o que se passará na época de 2018/19 é uma grande incógnita: por um lado, entra em vigor o novo contrato televisivo com a NOS, o que levará a um aumento considerável dessas receitas; por outro, Portugal terá menos uma equipa na Liga dos Campeões (só uma se apura diretamente e outra irá à 3ª pré-eliminatória). Sem prémios da UEFA, sem marketpool da Liga dos Campeões, sem as bilheteiras das visitas dos tubarões e sem a montra para os jogadores, quem ficar de fora terá, certamente, que fazer ajustes significativos à sua estrutura de custos.