sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Azia

Num campeonato que vai ser disputado até ao último pontinho, não podemos estar a dar borlas aos rivais da forma que fizemos hoje. A exibição, do ponto de vista da nota artística, não foi brilhante, é verdade, mas o Sporting fez o suficiente para conseguir vencer a partida de Setúbal. Fez o suficiente, exceto na finalização, claro está. Não é admissível a displicência que se viu no momento de alvejar a baliza. Ocasiões flagrantes para matar o jogo nos últimos 10 minutos foram umas 3 ou 4, sendo que a que mais me confusão me fez foi a de Dost - por que razão continua a ter estes ataques de generosidade quando tem boas hipóteses de fazer golo? Não me lembro de essa generosidade alguma vez ter resultado em golo.

Espero que todos os jogadores estejam a sentir a azia que eu estou a sentir e que Fábio Coentrão também demonstrou no final. Se estiverem a sentir essa azia, então não há quaisquer motivos para perder a esperança. Mas se encararem isto como apenas mais um dia no escritório, então não estão a fazer aqui nada. É fundamental que se dê uma resposta categórica nos próximos compromissos, começando já na quarta-feira contra o Porto. Esse jogo em particular não nos devolverá os dois pontos perdidos, mas é fundamental que nos mostrem que querem ganhar tanto ou mais do que os outros.

Não me parece que faça sentido culpar Jesus pelo empate: mexeu pouco na equipa, é verdade, mas não foi por aí que aconteceu este desastre. É pouco provável que o rendimento da equipa melhorasse caso tivesse tirado Acuña ou Gelson a 20 ou 30 minutos do fim. A equipa criou oportunidades, mas quando os jogadores não a querem pôr lá dentro, não há opção de treinador que lhes valha. 

Ainda assim, não faz qualquer sentido atirar a toalha ao chão: faltam ainda 15 jogos, que dão folga para recuperar os 4 pontos de atraso para o Porto. Agora, este jogo de Setúbal tem de ser para a 2ª volta aquilo que o de Moreira de Cónegos foi para a 1ª, porque deixámos de ter qualquer margem para errar. A boa notícia é que, faltando ainda tanto campeonato, o nosso destino para esta época continua a depender sobretudo daquilo que nós fizermos daqui para a frente.