quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A verdade desportiva de Vieira

Tenho a certeza que a maioria dos benfiquistas deseja vencer de forma justa as competições em que estão inseridos, e que repudiam todas as formas de falseamento da verdade desportiva.

É certo que muitos terão dificuldade em reconhecer quando são beneficiados pontualmente, usando como contra-argumento os jogos em que foram prejudicados ou os jogos em que os adversários foram beneficiados. Isso acontece com os adeptos de todos os clubes.

Mas também tenho a certeza que a esmagadora maioria dos benfiquistas recusaria ganhar uma competição viciada a seu favor.

O jornal Sporting de hoje tem 4 páginas dedicadas ao apito dourado. Enquanto que as 3 primeiras páginas são dedicadas a clássicos como Pinto da Costa, Pinto de Sousa e Valentim Loureiro, a última página é reservada para outros personagens que foram apanhados nas escutas a escolher árbitros ou a pedir favores a pessoas com influência nos bastidores do futebol.

Como já era do conhecimento público, Luís Filipe Vieira foi uma dessas pessoas. Tal como João Rodrigues, antigo presidente da FPF, que atuava em nome do presidente do Benfica.

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Argumentos do tipo "ele tinha que fazer isso porque o Porto faz muito pior" não são aceitáveis. Isto é uma questão de princípios, de estrutura moral. Quem aceitou entrar num jogo destes certamente que não terá escrúpulos a fazer outras coisas idênticas se tiver oportunidade para isso.

E o pior é ainda ter que aguentar com discursos deste género.


in expresso.pt

Da maior parte dos adeptos portistas espera-se que aceitem este tipo de coisas sem contestação. Trinta anos é tempo suficiente para efetuar uma lavagem cerebral ao mais impoluto dos indivíduos. Estarão sempre prontos a desculpar a corrupção e o tráfico de influências a um homem que lhes deu vitórias com que nenhum sócio sonharia no início da década de 80.

Custa-me a entender como ao longo dos anos nunca apareceram movimentos de sócios a tentarem afastar Luís Filipe Vieira da presidência do Benfica. É certo que é uma tarefa hercúlea, porque o presidente do Benfica tem feito alterações estatutárias que dificultam o aparecimento de outros candidatos e o ajudam a manter-se no poder, tem arranjado uns tachos para personalidades que poderiam ser uma oposição forte, e beneficia de uma máquina de propaganda muito bem montada.

Dos benfiquistas é legítimo esperar-se mais.