sábado, 11 de janeiro de 2014

O clássico que interessa

Fala-se muito no Benfica - Porto de domingo. Para mim, é um jogo que pouco interessa. Como já sei que à partida os nossos rivais perderão um total de 3 ou 4 pontos, pouco me importa qual será o resultado.

Se pudesse pedir um desejo para esse jogo, seria este: que haja uma equipa que seja fortemente prejudicada pelo árbitro. Desejo isso para ver como reagirão os jornais, os treinadores e dirigentes beneficiados e prejudicados, a APAF e a opinião pública em geral. Já que os roubos que fazem ao Sporting não parecem mexer na consciência de ninguém, talvez metendo a mão ao bolso a um dos donos da bola se possa assistir a um pequeno terramoto nas lamacentas fundações do futebol português.

Acho que Artur Soares Dias é um bom árbitro, dos melhores em Portugal, mas dias maus acontecem a qualquer um. E, já agora, se existirem umas expulsões que impliquem suspensões para os jogos seguintes, tanto melhor.

Preocupa-me muito mais o jogo de sábado com o Estoril. É esse o clássico que me interessa. Clássico, porque sempre que este Sporting joga, para mim, é um clássico a não perder. Este Sporting made in Sporting, de miúdos com garra e talento, que demonstram prazer em envergar a camisola do clube.

Num campo pequeno e ventoso, contra uma equipa do Estoril que me desperta tanta simpatia quanto respeito (apesar de considerar inadmissíveis os preços de bilhetes para este jogo), vai ser preciso um Sporting ao melhor nível para vencer o jogo e meter os nervos em papa aos candidatos ao título que jogarão no dia seguinte.

A estatística diz que o Estoril é menos perigoso em casa do que fora, mas é preciso relembrar que já receberam Porto e Benfica. Com o Porto empataram num jogo extremamente polémico, e contra o Benfica perderam tangencialmente, mesmo tendo jogado com menos um jogador durante meia-hora. E em ambas as partidas o Estoril teve menos tempo de descanso por ter jogado para a Liga Europa na quinta-feira anterior.

Preocupa-me também o facto de Pedro Proença ter sido o árbitro escolhido para este jogo. Apesar de ser, do ponto de vista de currículo, o melhor árbitro português da história, a sua prestação nas competições nacionais é quase sempre medíocre. Este ano ainda só apitou uma vez os grandes, entregando de bandeja a vitória ao Porto no jogo contra o Guimarães ao assinalar um penalty que ninguém mais viu.

No ano passado, Proença arbitrou duas vezes o Sporting, e em ambas cometeu erros graves. À 9ª jornada o Sporting venceu em casa o Braga por 1-0, num jogo que ficou célebre por um golo invalidado a Alan que daria o empate aos forasteiros. No entanto, é menos célebre o facto de ter sido invalidado também um golo ao Sporting, que daria o 2-0, por um fora-de-jogo mal assinalado. À 28ª jornada Proença ajudou a matar as aspirações europeias do Sporting não assinalando um claro penalty na 2ª parte quando o jogo ainda estava 0-0. O Paços viria a marcar e a vencer por 1-0. E este resumo recente de Proença não ficaria completo sem a sua participação na festa de consagração do Porto na 29ª jornada de 2011/12, em que expulsou de forma vergonhosa Onyewu e Polga. E já agora, nesse mesmo ano, na 3ª jornada, quando o Sporting perdeu em casa por 3-2 com o Marítimo com mais uma inestimável ajuda do árbitro lisboeta.

Os jogadores do Sporting terão que jogar com muita concentração e solidariedade, evitando cometer faltas escusadas (porque irão chover amarelos) e respeitando sempre o adversário. Mas também com confiança. Não só pela massa sportinguista que estará presente a dar o seu apoio, mas também porque, para todos os efeitos, o Sporting é líder do campeonato e pratica o melhor futebol em Portugal. E isso há-de valer alguma coisa.