segunda-feira, 24 de março de 2014

Mudam-se os tempos, mudam-se as verdades

No passado sábado, Pinto da Costa fez declarações ao jornal O Jogo sobre o momento do clube e, em particular, sobre o rendimento recente de Quaresma.

in O Jogo

Lendo isto, subentende-se que foi mais uma vez o instinto visionário de Pinto da Costa que proporcionou ao Porto um reforço de enorme qualidade. Quando Quaresma fez saber que estava interessado em regressar, Pinto da Costa não hesitou e criou condições para que o jogador voltasse ao clube assim que possível, pois pensava que seria uma mais-valia, ao contrário de outros que colocavam dúvidas.

Lembrei-me imediatamente de outras declarações do presidente portista sobre a contratação de Quaresma, feitas no dia 1 de janeiro deste ano. Curiosamente ou talvez não, as afirmações de Pinto da Costa foram feitas num tom bem mais lacónico do que agora:

in maisfutebol.pt

Na altura eram efetivamente muitas as dúvidas sobre a capacidade de Quaresma conseguir recuperar os níveis competitivos do passado. Essas dúvidas eram legítimas, pois Quaresma estava sem competir ao mais alto nível há anos, com uma lesão grave pelo meio, sendo partilhadas de uma forma generalizada por jornalistas, adeptos portistas, e adeptos de outros clubes. 

Ao virar do ano, não só Pinto da Costa não colocou as mãos no fogo por Quaresma -- as declarações que fez são claramente no sentido de baixar as expetativas -- como empurrou a responsabilidade da contratação para Paulo Fonseca, não fosse a contratação correr mal.

E não me venham dizer que a confiança real que Pinto da Costa teria no jogador poderia ser superior à que demonstrou nas suas declarações. Seria a primeira vez no dirigismo desportivo que um presidente deixaria de aproveitar uma contratação de um jogador em quem acredita para tentar elevar o moral dos adeptos.

Mudam-se os tempos, mudam-se as verdades.