sábado, 17 de maio de 2014

Foi assim que o Record perdeu um leitor assíduo (e daqueles que pagam)

                                                                                                                                         

Quando João Querido Manha escreveu este inqualificável texto, após o apuramento do Benfica para a final da Liga Europa, e no dia em que o Sporting voltava à competição contra o Nacional após duas semanas de paragem, prometi a mim mesmo tentar convencer o meu pai, comprador diário do Record nos últimos 15 anos, a passar a comprar outro jornal desportivo.

Estive com o meu pai no dia seguinte à publicação do tal artigo. Perguntei-lhe se tinha lido a última do Manha. Respondeu-me que não tinha lido. Mostrei-lhe a imagem com o texto do Manha no iPad, e dei-lhe um minuto para ler. Quando acabou, e antes que eu pudesse perguntar-lhe se não achava que estava na hora de deixar de dar dinheiro ao Record enquanto o Manha for diretor, disse-me: "Se calhar está na altura de experimentar outro jornal.".

E assim fez.



Não sinto um particular prazer em estar a mostrar que o meu pai passou a comprar outro jornal, porque acaba por ser uma espécie de menor de dois males. Tenho muita consideração por alguns jornalistas do Record, e a verdade é que A Bola também teve os seus episódios de desrespeito para com o Sporting (aquela capa dos 10 titulares da seleção em vésperas do jogo com a Suécia deixando de fora apenas Rui Patrício, por exemplo). 

Sei também que não faz grande mossa nas contas do Record -- afinal, em contas por alto, serão cerca de 350 jornais por ano, que dá cerca de €300. Se sobreviveram às quedas de vendas dos últimos anos, nunca será a perda de um leitor que irá pôr em causa a continuidade do jornal.

As consecutivas exibições de facciosismo clubista de um jornalista é lamentável, mas quando se trata de um diretor de jornal é intolerável -- e ainda pior quando escreve artigos que fazem troça de outros clubes. Os responsáveis do Record lá saberão se é este o caminho que querem seguir.