sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A convocatória para a operação Albânia

                                                                                                                                             
in abola.pt

De uma forma geral parece-me uma convocatória equilibrada. Uma renovação não tem que ser necessariamente um corte absoluto com o passado, pelo que apesar de existirem alguns habitués que na minha opinião não têm muito mais para oferecer à seleção, aceita-se a sua presença para dar alguma dose de experiência a um grupo que integra muita gente com pouco ou nenhum traquejo internacional.

Veremos se Paulo Bento, na hora de definir o onze, irá finalmente dar lugar aos melhores ou se continuará a insistir nos seus jogadores de estimação.

Mais do que os jogadores chamados, o ponto que me parece mais significativo na convocatória é a falta de coragem para assumir o verdadeiro motivo da ausência de Ronaldo. Não é certamente pelas questões físicas que Paulo Bento referiu, visto que Ronaldo jogou 90 minutos no último fim-de-semana. E ficarei surpreendido se não jogar este domingo contra a Real Sociedad.


O que me parece é que Ronaldo entrou em modo Figo no final da carreira - que se excluiu da fase de qualificação do Mundial 2006 mas foi chamado para a fase final. Não digo que Ronaldo não vá participar em nenhum jogo nesta qualificação, mas há-de arranjar lesões convenientes nos confrontos com as equipas mais fracas no grupo e nos jogos particulares - recuperando no entanto sempre a tempo de jogar no fim-de-semana seguinte para a liga espanhola.

Pessoalmente não vejo grande mal nisso, compreendo a importância de o poupar num calendário muito sobrecarregado, e dá oportunidade a outros jogadores de se chegarem à frente e de reduzir a ronaldodependência. O que não consigo compreender é por que motivo a Federação não o assume com frontalidade. 

Enfim, a questão é que a falta de frontalidade já parece ser um modo de vida para a malta que está à frente dos destinos da Seleção. Depois de todas as polémicas à volta do mundial e as recentes conclusões sobre as responsabilidades do fracasso - em que o único punido é o médico - se demostrassem frontalidade em algum assunto sensível é que seria uma grande surpresa.