quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A resposta do Sporting à Doyen

                                                                                                                                           
Conforme seria expectável, não foi preciso esperar muito para termos uma resposta pública do Sporting ao comunicado da Doyen. O clube contrapôs alguns dos argumentos que tinham sido apresentados pelo fundo, e concluiu a mensagem com o anúncio da rescisão dos contratos que tinha com a Doyen referentes aos jogadores Rojo e Labyad.

Que efeitos práticos imediatos poderá ter está rescisão unilateral? Tanto quanto me parece, o efeito principal é que o Sporting não reconhece o direito da Doyen em ser indemnizada pela recusa do clube em transferir o jogador. Para além disso, aumentam significativamente as probabilidades de Rojo continuar no Sporting. Não estou a ver a FA permitir que um clube inglês contrate um jogador cujos detentores do passe não se entendem em relação aos direitos de cada uma das partes numa eventual transferência.

É uma jogada muito forte do Sporting. No limite, todo este processo poderá arrastar-se durante anos no tribunal, o que deixará Rojo num limbo que lhe poderá arruinar a carreira, impossibilitando o clube de tirar qualquer aproveitamento desportivo e económico do jogador, e em que os detentores do fundo garantidamente ficam sem ver um tostão que seja do dinheiro que aplicaram na contratação do argentino durante um largo período de tempo.

Não quero com isto dizer que me desagrada esta tomada de posição do Sporting. Segundo os pormenores revelados pelo comunicado do Sporting, são evidentes as provas de pressões ilegítimas e má-fé da Doyen em todo este processo - das quais o SMS enviado e a participação do CEO numa reunião sob uma falsa identidade são absolutamente gritantes e impossíveis de ignorar. 

O mais provável é que seja promovida uma reaproximação entre as duas partes para tentar resolver o imbróglio que se gerou, por iniciativa de peixe mais graúdo ligado ao fundo. Cheira-me que esse CEO da Doyen, de seu nome Nélio Lucas, terá que começar em breve a procurar outro emprego.

P.S.: apresento-vos Nélio Lucas. Do que vejo no vídeo abaixo, diria que não estamos a lidar com um CEO, mas sim com um relações públicas manhoso... também ajuda a explicar a qualidade do comunicado que a Doyen escreveu ontem. (obrigado, Sar!)